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Informação e prevenção são o que importa - 23 de novembro.
Até que ponto estamos preparados para conviver com a grande quantidade de informações que recebemos, não importa por qual tipo de mídia? Basta que um fato novo chegue até nós para que seja captado e compreendido, ou existe algo que o torne mais interessante e aguce a nossa curiosidade, a ponto de se tornar importante para nós?
Minha atenção foi despertada por esse tipo de dúvida por causa do número crescente de pacientes que me procuram, muitas das vezes com sinais e sintomas de Diabetes mais do que evidentes, mas que nem de longe desconfiam que possam estar com a doença. No entanto, não só em função o fato de ser a doença uma realidade marcante, mas também por ser muito estudada, comentada e estar sempre na mídia, seja através de entrevistas com especialistas seja no noticiário, em função dos novos avanços no tratamento, era de se esperar que fosse mais conhecida.
Ou será que o ponto X da questão reside no simples fato de termos a capacidade de bloquear determinadas informações, principalmente aquelas passíveis de causar angústia e sofrimento? As queixas de emagrecimento rápido, a fome aumentada, a sede excessiva, urinar mais vezes que o habitual e com volume maior, visão embaçada, coceira pelo corpo, dores nas pernas e câimbras, fraqueza e fadiga fácil são sintomas evidentes de um diabetes em evolução, mas na maioria das vezes vão perdurar por um longo período até que, finalmente, o médico seja consultado. O mais espantoso é que ao ser questionado o indivíduo muitas vezes não se lembre delas, apesar do transtorno que é ter sede aumentada e ir muitas vezes ao banheiro para urinar.
Quando após a consulta inicial os exames são feitos, o resultado entregue ao especialista e o diagnóstico confirmado, aí sim parece que a ficha cai e o paciente em fim se dá conta de que algo não estava bem, na realidade há muito mais tempo. É por isso que ainda hoje, muitos são pegos de surpresa ao tomarem conhecimento do fato de serem diabéticos durante uma internação de urgência, principalmente, nos casos de enfarte agudo do miocárdio (ataque do coração) ou mesmo um derrame cerebral.
É preciso que se diga que as coisas se passam um pouco diferente do que pensamos. Na realidade o diabetes começa muito antes dos sintomas aparecerem, pois o processo é lento e, somente quando 50 por cento das células produtoras de Insulina, as chamadas células beta do pâncreas, estão destruídas é que a doença se manifesta. Portanto, o processo já está em curso por algum tempo, mas passa despercebido. As complicações típicas do diabetes começam nessa fase assintomática e podem se agravar ou não. Na maioria dos casos surgem 15 a 20 anos após a descoberta do diabetes, mas muitas vezes são elas que aparecem primeiro.
Assim, é preciso que tenhamos em mente ser a prevenção a maneira mais importante de preservar a saúde e assegurar uma boa qualidade de vida. Se uma pessoa é sedentária, obesa, não tem bons hábitos alimentares, ou seja, ingere grandes quantidades de alimentos ricos em açúcar ou muito gordurosos; se, além disso, ela tem parentes de primeira linha (avós, pais, irmãos) diabéticos, as chances de se tornar um, são grandes. Uma visita periódica ao médico, para a realização de exames simples, mas que podem ser de grande utilidade é mais do que necessária. Por outro lado, podemos nos tornar um diabético mesmo que não haja nenhum caso na família, como acontece nas crianças, por exemplo. Mesmo nesse caso, a prevenção é importante. É, mal comparando, como procedemos com um carro. Se ele é novo, pouco rodado, as revisões podem ser mais espaçadas. Se ele é velho ou muito rodado, elas são mais amiúde, no entanto devem ser feitas.
Assim, se sentimos que algo não está bem conosco, não devemos esperar. Consultar o doutor é a coisa mais acertada a fazer.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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