Visão 720 graus

quarta-feira, 01 de abril de 2015

Ver é olhar à frente, enxergar é olhar para os lados e vislumbrar é olhar em todas as direções.

O profissional e empresa deste tempo precisam ter a capacidade de ver e se ver como alguém completo, capaz de reconhecer suas qualidades e seus defeitos, suas aptidões e suas limitações, potencializar tudo que tem de positivo e investir na redução de qualquer dano causado por vertentes negativas.

O mito de que ser bom, muito bom, em uma única direção é capaz de garantir prosperidade, é um grande erro. Todos conhecemos empresas e pessoas de grande aptidão unidirecional que seguem patinando e perdendo espaço para pessoas mais medianas, mais equilibradas. Quase todos que seguem focados em sua única qualidade e seguem apostando ser o suficiente, seguem num resultado de subsistência e de adiamento de prosperidade.

A verdadeira prosperidade advém da capacidade de deter pelo menos um ponto forte capaz de distingui-lo dos demais e a ausência de um ponto fraco capaz de jogá-lo na vala dos comuns e da presença de compreender o todo que o cerca. 

O erro de autoavaliação acomete dos mais simples aos mais sofisticados temas, profissionais ou pessoas. Um serralheiro de sucesso precisa transcender sua vocação óbvia de ser bom em serralheria, e deve alcançar capacidade de gestão e de entender o que o cliente espera e não o que ele pede. Um bom professor precisa ter capacidade de compreender o que o aluno precisa, que comportamento pode agregar a formação daquele aluno e não tão somente um conhecimento desconectado da realidade deste. O bom pai deve decidir com base no que é melhor para o filho e não o que é mais desejado pelo filho, sem a soberba de crer todo o tempo que sabe tudo.

Em todas as situações percebemos como o processo focado em resultado supera a vocação básica de realização de tarefa, assim como o serralheiro precisa saber mais que de solda, o professor mais que sua área de conhecimento e o pai mais que amor.

Um restaurante que acredita que o óbvio fato de fazer comida boa garantirá a si e aos seus prosperidade esquece que assim como o ponto do sal, o ponto do preço, do serviço, do atendimento, do tempo de espera também pesarão no gosto do cliente de forma decisiva.

Vejo repetidamente bons executores de parte de processo que acreditam e insistem em limitarem-se em si, sem compreender que quem os cerca define sim o qual bom é, ou podemos dizer, o quão bom somos.

Encontrar equilíbrio, compreender que acima, abaixo, à frente e atrás, de um lado e de outro, todas as direções, tudo isso forma quem somos, o que fazemos e quem ou o que temos. Compreender isso é compreender que somos aquilo que vemos, enxergamos, mas, principalmente, o que vislumbramos.

Roberto Mendes é publicitário, especialista em marketing pelo Instituto de  Administração e Gerência da PUC-Rio, pós-graduado em Engenharia Ambiental, professor titular da Universidade Candido Mendes e sócio da Target Comunicação

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