UFC—Ultimate Fighting Candidato: primeiro round

quinta-feira, 06 de setembro de 2012

Quem está estranhando a pacífica campanha eleitoral, prepare-se! O caldo começará a engrossar muito em breve. Na lógica eleitoral a disputa pela cadeira número um do executivo residirá entre dois ou três nomes, dependendo ainda do desempenho de dois destes no quesito dever de casa, ou seja, o treino já terminou e a luta vai esquentar.

A entrada da campanha na mídia TV dá a briga uma nova dimensão, onde a vantagem pertencerá aos candidatos mais bem equipados com melhores recursos e com o melhor uso dos mesmos; esse período é de sondagem, onde os conteúdos são definidos dentro de uma estratégia, mas sempre preparados a revidar e bloquear golpes.

Promessas disfarçadas de conquistas, capacidade de convencer, envolver, tocar corações e alterar mentes é o trabalho desta etapa e já, já entraremos numa nova dimensão da estratégia que compreenderá a desconstrução de propostas dos oponentes, ou pelas próprias mãos ou através de candidatos sem chances na vitória, mas com muitos interesses em mudar o jogo. O certo é que tamanha gentileza está por acabar. Que se coloquem os protetores labiais, pois o sangue começará a escorrer.

Acusações de incompetência comprovada, de incompetência por inexperiência e tantas outras por tantas outras naturezas começarão a chover, sempre na linha tênue que desconstrua o ofendido, mas sem afetar o ofensor, pois a cultura brasileira não gosta de quem bate, e quase sempre se fraternaliza com quem apanha.

É a síndrome do pobrezinho. Ninguém quer saber por que alguém apanha só se quer saber de quem bate para acusá-lo de opressor, assim quem está errado leva vantagem sobre quem está certo, pois demonstrar que o erro é um ônus de quem está sendo prejudicado e não de quem o comete. Ilógico, mas com consequências profundas na estratégia política e responsável por grandes caladas, silêncios...

Numa população formada em grande parte por pessoas de baixa capacidade crítica há muitas versões para poucos fatos, e mais, há muitos olhos para apreciar as versões, muitos ouvidos para se encantar com tais versões e muitas bocas para reverberar as versões encantadas e apreciadas, mas quase nenhum olho, boca ou ouvido para os fatos reais.

De concreto as propostas ainda têm pouco a seduzir, assustados com o trem da história, os exageros desta campanha estão mais modestos, as propostas ainda não têm tanta consistência... A luta ainda está por ser lutada!

Mas fiquem atentos, a mania do brasileiro de votar em quem vai ganhar permanece latente, deste modo o momento de virada se aproxima, se for perdido este momento, não se vira mais o jogo e os líderes permanecerão na liderança, e os perdedores permanecerão perdidos.

Golpes acima da cintura ou não, o fato é que o primeiro round está terminando e o segundo promete fortes emoções... Tirem as crianças da sala, vai começar, o “UFC—Ultimate Fighting Candidatos”, ou simplesmente, o horário político eleitoral!

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