Tá na hora de acordar!

quinta-feira, 09 de agosto de 2012

São Pedro da Serra é um paraíso encravado em terras friburguenses. Desconhecida de muitos nativos das terras do morro queimado, mas desejada por muitos cariocas e niteroienses, ela conserva boa hotelaria e restaurantes. Mas tem gente que anda queimando o filme.

É sabido que algumas pousadas são operadas por estrangeiros a nossa cidade e desta forma, em alguns casos, competem com o turista pela passagem no pedágio, ou seja, ficam esperando o turista ir embora para que possam seguir de volta para sua cidade de origem, desta forma, já com o dinheiro da diária no bolso, não interessa mais, a alguns, que tal turista permaneça, assim entre 11 e 13 horas este deve deixar o hotel, quer queira quer não.

Como em qualquer negócio, amarrar todos os atores é fundamental para o sucesso do todo, assim São Pedro é um mix de paz, natureza, hotéis, restaurantes, atrações e pessoas; todos têm que apontar para um comportamento capaz de propiciar ao turista um sentimento de ausência de tempo, hospitalidade e bem-estar, mas...

Vejam o fato passado há duas semanas e narrado a mim pelo desavisado turista de Macaé. Hospedado em uma pousada de diária significativa teve a porta do seu quarto batucada por ninguém menos que a dona do estabelecimento às onze da manhã, com o propósito único de deixar as dependências da pousada de modo a não extrapolar a diária e ainda teve recusado seu pedido de extensão de diária em função da complexa logística que envolve manter funcionários durante o domingo.

Expulso às onze, este turista defronta-se com a primeira coisa que ele tentou escapar: o relógio! Em seguida acaba retornando mais cedo porque envolver-se em uma atividade como rafting, caminhada ecológica, passeio de jipe e tantas outras atrações que existem em São Pedro, sem poder tomar um banho após tal aventura, impede não somente o consumo da atração como também que almocem na região para, só então, pegar a estrada.

Nesta lógica a pousada enfraquece toda a cadeia de serviço ao redor, esta desnutrida acaba por minar a rede hoteleira, que num perfeito círculo vicioso acaba com a eficiência turística da localidade.

Precisamos potencializar nossas qualidades, investir em sanar nossos defeitos ou ao menos escondê-los, devemos investir no setor que apresenta maior crescimento no mundo que é turismo. Nossa região possui belezas exclusivas, localização privilegiada, gastronomia rica e respeitada e, apesar das mazelas de janeiro de 2011, permanecemos com muitas regiões intocadas e outras que em pouco tempo teremos a mata renovada e hão de esconder as cicatrizes, e por todo o tempo temos que fortalecer nossa marca—Nova Friburgo ou somente Friburgo—e adotarmos opções que acolham o turista até às 17 horas, ou que permitam um novo pernoite, mas só não dá para bater na porta do cara e mandar ele acordar. Se nós não acordarmos, vamos acabar passando o dia todo de pijama, na varanda, porque ninguém mais virá ver a gente.

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