Que embalagem é essa!? - 4 de novembro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ao completar quarenta anos, ganhei de brinde o famoso encurtamento de braço, ou seja, como alguns dizem, um problema de “vaidade”, explicando melhor, “lá vai idade”... Com a PVC (porcaria da velhice instalada – risos) a simples tarefa de ler letras pequeninas, tão comuns nas embalagens, torna-se cada dia mais difícil. Com isso, rótulos, instruções, composição, ficaram impossíveis de se compreender.

A legislação obriga a conter um sem número de informações, deste modo para propiciar uma leitura adequada de tudo o que é obrigatório, um simples frasco de vitamina C deveria vir em um engradado de refrigerantes, ou um simples envelope de sopa liofilizada deveria vir em uma caixa de bombom, outra opção é a inclusão de lupas em todas as embalagens!

Não bastassem as mazelas da leitura, temos ainda as performances de abertura de embalagens. Abrir potes de palmito, geléia, embalagens blistadas (aquelas de plástico soldado) são tarefas normalmente sociais, afinal, é preciso mobilizar dois ou três membros da família e, no caso de morar sozinho, vizinhos e equipe de entrega de farmácias e restaurantes, junte a isso alicates, serrotes, martelos e ao fim teremos provavelmente um pote intacto e umas duas pessoas seriamente feridas! (risos novamente!)

Tudo bem que a coisa neste aspecto melhorou, é um milagre não sermos uma geração sem falanges e falangetas amputadas pelas facas afiadas que usávamos para abrir os potes de geléia de mocotó, mas não dá para entender porque determinados lacres de segurança simplesmente não deixam micróbios invadirem e nem você usar o produto, pois a embalagem é de fato inviolável, só uma motoserra pode abri-la.

Ainda na seara de embalagens, temos os tamanhos. Num mercado tão variado como o nosso, padronizar as embalagens é muito estranho. A turma que mora só passa por grandes dificuldades, pois nada é fabricado para um só. Famílias grandes são obrigadas a comprar diversos frascos e carregar o custo de embalagens e a culpa de poluir sem opção de um consumo mais consciente em um frascão!

Nesta linha podemos levantar dúvidas sobre a ausência de sachês. Ao chegarmos de um supermercado, a quantidade de lixo gerado instantaneamente, só por descarte das embalagens das embalagens, ou seja, aquela que fica por fora e simplesmente tem a função de encantar e/ou transportar.

São tantos os aspectos em embalagem que precisam ser repensados, e estão constantemente sendo feitos, que fica apenas uma certeza; agradar ao consumidor é tarefa hercúlea, desafiadora e muito, muito difícil.

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