Prefeitar, verear e respeitar

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Você que é leitor e eleitor, está acompanhando o uso e o desmando dos nossos candidatos no que tange a propaganda política. O poder judiciário não tem estrutura capaz de coibir todos os abusos e atropelos das centenas de candidatos dispostos entre prefeitáveis e vereáveis de nosso município, já foram retidas mais de 250 placas irregulares em nossas ruas.

A legislação é clara em proibir o uso de áreas de jardins, e o que não falta é placa sobre a grama em diversos pontos públicos da cidade. Praças, rótulas, canteiros, todos são vítimas de cavaletes que variam de ridiculamente pequenos a perigosamente grandes. Tais cavaletes invadiram calçadas também, o que é permitido, desde que não atrapalhe a circulação e não fira a estética urbana, mas convenhamos, o que é isso que acontece na praça Dermeval? Um verdadeiro muro se estabeleceu junto à calçada, no sentido de impedir o pedestre de realizar aquela conhecida travessia fora da faixa, mas duvido que tenha sido a motivação de qualquer um dos simpáticos candidatos ali expostos. Dezenas de pedras calçam tais placas e pretendem impedir que elas se deitem sobre pedestres e bichos diante de uma rajada de vento, e os carros que deixam e largam placas quase sempre param onde não devem para fazer a carga e a descarga. Propagandas depois das dez da noite, também proibidas, não raramente, dormem na rua garantindo um melhor lugar para o dia seguinte e nós eleitores estamos expostos a alguns abusos, que por mais coibidos que sejam, sempre escapam alguns.

O que se vê em muitos casos, são candidatos a representar o poder de realizar leis ou executar leis, descumprindo desde já o que não é pra ser atropelado. A pergunta que fica é: com que moral futuros vereadores ou mesmo prefeito(a) poderão cobrar do cidadão que este não use seu som aos berros quer seja em casa ou no carro? Ou que donos de comércios não usem as calçadas para por produtos e placas? Como multar o dono do boteco depois por perturbação da ordem se candidatos se atabalhoam em seus cavaletes uns em frente aos outros? Não deveriam nossos candidatos ser o exemplo?

Fazendo um paralelo com produtos expostos em uma prateleira fica o sentimento de que tais soluções não resolvem e que a promessa não vai ser entregue, é como um remédio para dormir que tira seu sono pela dificuldade de pagar. Por enquanto acredito que muitos não consigam ainda escolher seus candidatos, pois afinal a campanha na TV começou essa semana, mas acho que já dá para definir em quem não votar, quer seja pela ausência de propostas ou pelo excesso de desmandos na comunicação de rua.

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