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O mundo rápido em que vivemos
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Não há dúvidas de que o mundo anda diferente, aliás, ele não anda mais; ele voa. A velocidade de transformação altera tudo ao seu redor, altera produtos, serviços, mercados, consumidores e, é claro, o resultado de tudo isso.
A China é um exemplo dos novos tempos. A imensidão do mercado consumidor a sua volta dá fôlego para vendas ao modelo atual de negócio por muito tempo ainda. Sua população é tão grande que hoje a China já é o país que tem a maior população de língua inglesa. Há mais chineses falando inglês do que americanos. Esses números impressionantes também transbordam para a Índia. Com a maior densidade demográfica do mundo, hoje nascem na Índia mais pessoas superdotadas (mentalmente!) do que americanos. Isso terá impacto num futuro próximo se a Índia souber cuidar ao menos desta parcela de sua população.
As transformações transbordam para todos os lados, os empregos mais bem pagos ou os mercados de maior crescimento são opções que sequer existiam há cinco ou seis anos. Transformação é o nome dos nossos tempos.
Em termos práticos, estamos confinados a modelos de ensino completamente vencidos. Nossas crianças são submetidas a um modelo onde o MEC utiliza metodologia e argumentos do século 19 para preparar jovens para o século 21. O conhecimento avança em tamanha velocidade que, dependendo da área, o conhecimento se modifica a cada dois anos, gerando uma defasagem absurda se considerarmos que um curso técnico tem quatro anos normalmente. Temos a missão de preparar os jovens para resolver problemas que sequer existem, com tecnologias que ainda serão inventadas. Conhecimento é o nome dos nossos tempos.
No mercado de trabalho isso já é realidade. Empregos vêm sendo extintos a uma grande velocidade e novas vagas não conseguem ser preenchidas, mesmo aquelas que já existiam, porque o perfil muda muito mais rápido do que a maioria das pessoas pode se ajustar. Mudança é o nome dos nossos tempos.
Previsões apontam que 25% dos empregados perderão seus empregos no próximo ano porque suas funções serão extintas, e dos que se manterão no emprego, metade perderá nos próximos cinco anos. Reestruturação é o nome dos nossos tempos.
O que dizer da internet? Se o Facebook fosse um país, seria a terceira maior população do mundo, com mais de um bilhão de pessoas. São três Estados Unidos, cinco Brasis... Sua presença atinge 213 países no mundo. No Google, por exemplo, são feitas, segundo a Tecnomundo, 450 bilhões de buscas inéditas diariamente. O mundo caminha para sua nova divisão histórica: antes do Google e depois do Google. Quantos negócios deixaram de existir e quanto novos negócios passaram a existir em função do Google?
O mesmo vale para nosso celular, por exemplo, que hoje carrega nosso tocador de música, gravador de áudio, filmadora, câmera fotográfica, lanterna, agenda, email, calculadora, relógio, álbum de fotos, documentos importantes e biblioteca de música e vídeo. Quantas coisas deixamos de comprar, usar, consumir? Quantos subprodutos, como pilhas, papel, revelação, baterias etc., deixamos de consumir? Conectividade é o nome dos nossos tempos.
Quem olha para sua volta e vê tudo calmo, assegure-se de que está olhando para o lado errado, da forma errada. O mundo anda muito mais rápido do que podemos imaginar ou tolerar.
Velocidade é o nome dos nossos tempos.
Roberto Mendes é publicitário, especialista em marketing pelo Instituto de
Administração e Gerência da PUC-Rio, pós-graduado em Engenharia Ambiental,
professor titular da Universidade Candido Mendes e sócio da Target Comunicação
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