Natal Gorducho!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um dos parâmetros mais importantes do varejo é o chamado ticket médio, ou seja, o valor médio comprado por cada consumidor.

Ele potencializa a compra, tira maior proveito da oportunidade de venda e faz o empresário faturar mais por cliente. Isso otimiza o investimento em captação de consumidores, melhora a remuneração da equipe de vendas e deixa uma lucratividade melhor, comparativamente.

Ações de promoção de vendas, associadas às ações de merchandising (propaganda no ponto de venda) e a propaganda tradicional são caminhos naturais, mas nem por isso simples de incremento da média gasta por cliente por ida ao PDV.

Neste Natal, a expectativa do mercado é de vendas com crescimento significativo no ticket médio, trazendo aos lojistas alívio e faturamento.

O incremento de milhões de consumidores, antes expurgados do consumo ou limbo da lembrancinha de procedência duvidosa, e o upgrade experimentado por outros está fazendo esta transformação, à revelia das ações de estímulo de vendas.

Na dieta de engorda do Natal, vem o cartão de crédito, exercício de consumo fundamental às calorias da gastança, e os exercícios andam tanto que o governo vem apertando as regras, com exigências crescentes no pagamento mínimo da fatura, pois o endividamento está grande demais e não interessa a quase ninguém, considerando o patamar dos juros, o mais alto entre todas as modalidades oficiais de empréstimo.

Fechando a trilogia temos um dólar baixo, que permite que eletrônicos, importados e cosmética tenham preços mantidos e até reduzidos, deixando os consumidores enlouquecidos. O dólar barato e um real estável geram uma sensação de tranquilidade ao consumo, e aos investidores, que arriscam mais em compras lá fora e inundam o mercado com produtos que ajudam na competição e modernizam as ofertas internas, tal mistura é pura provocação para o consumo.

Parece mesmo que este natal promete. Dólar pressionando para baixo os preços, cartão de crédito parcelando o endividamento a perder de vista, dinheiro de primeira viagem para consumir, após tantos anos de seca... Papai Noel vai mesmo sair do regime dos últimos anos, e corre o risco de entalar na chaminé; precisamos só cuidar da conta no banco, para que o mesmo não aconteça com o cheque especial.

Roberto Mendes é publicitário, especialista em marketing pelo Instituto de Administração e Gerência da PUC/RJ, professor titular da Universidade Candido Mendes e sócio da Target Comunicação.

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