Colunas
Mercado e seus preços - 28 de outubro.
Os noticiários estão informando que os eletrônicos caíram de preços e que os serviços tiveram seus preços alterados para cima. O que está por trás disso?!
A dolarização do mercado traz os preços dos eletrônicos para níveis mais baixos na onda do dólar baixo, mas ainda assim continuamos a pagar valores assombrosos se comparado aos preços praticados no exterior.
Enquanto escrevia a matéria, visitei uma rede famosa nos Estados Unidos e lá uma TV 42 polegadas sai por 499 dólares, contra mais que o dobro daqui no Brasil, sem falar no atraso tecnológico tão comum às terras amazônicas.
Câmeras fotográficas, computadores e um sem número de itens de eletroeletrônicos e da linha branca são imensamente mais caros aqui, mesmo com dólar baixo, mercado com baixa inflação, e mesmo se considerarmos a relação de um para um – dólar e real.
Se olharmos para o mercado de automóveis, veremos que os preços assumem proporções ainda mais assustadoras, tanto em termos proporcionais e ainda mais em termos absolutos.
Interessante como a combinação de impostos excessivos, mercado inflacionário – que detém preços retendo consumo – e uma cultura de preço alto podem prover uma combinação tão explosiva a ponto de fazer de nós, os sobreviventes do terceiro mundo, ricos – quando o assunto é consumo.
Na mão inversa dos países desenvolvidos, temos um mercado de preços baixos quando o assunto é serviço, apesar dos aumentos de preços resultantes da combinação de ampliação de consumo e da carência de mão de obra.
Quando se viaja para exterior ou quando se vem do exterior ao Brasil fica muito clara a diferença entre valor e preço, e ainda mais questionável a estrutura custo versus preço, e surge a pergunta: quem está ganhando tanto assim?
É muito caro ser consumidor no Brasil, sobretudo ser contribuinte. Taxas e impostos embutidos nos preços mascaram e confundem o consumidor, e carregam por vezes, escondidas, distorções grandes que ocorrem também no canal de venda, quer seja ele o distribuidor ou o varejista.
A cultura da penalização sobre o consumo, agarrada ao conceito de que consumir é coisa de rico, mesmo que seja farinha, arroz, televisão e carro, permanece punindo o consumidor, motivando a sonegação, enriquecendo o governo e atrapalhando o desenvolvimento do país.
Preços altos, produtos ultrapassados, juros extorsivos, impostos pesados, inflação contida na marra... eu pergunto: como ficam os preços diante de um dólar forte, uma economia fraca e inflação animada? Ainda há muito o que ajustar nos preços, custos e valores de produtos e serviços no nosso Brasil, por hora seguimos crescendo com uma classe C que nasceu rica sem saber!
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário