Mercado de Verão - 22 de setembro 2011

sexta-feira, 06 de abril de 2012

O verão que se aproxima trará mudanças ao nosso mercado de consumo. Provavelmente de todas as mudanças que se apresentarão muitas ainda estão por se apresentarem, muitas serão provisórias, outras permanentes e mais um tanto involuntárias e inéditas.

Como o cerne da coluna é mercado, vou focar em aspectos de comportamento de compra, venda e patrimonial. Nesta lógica como gerir estoques em lojas sujeitas a inundação?! É fato que Inundação sempre houve, mas há uma percepção ampliada das consequências das chuvas deste verão. Então, o que fazer?! Subestocar? E se São Pedro economizar na água e não chover forte? Como saciar o mercado se houver ampliação da demanda?

Será que janeiro será de uma cidade esvaziada e teremos um dezembro, com o término prematuro das aulas, já com reflexos nas compras de Natal?!

Vendas de guarda-chuvas são historicamente são vendas de oportunidade, ou seja, começa a chover, coloca-se o guarda-chuva na porta da loja, parou, recolhe-se. Que outros produtos se apresentarão nesta perspectiva? Galochas? Máscaras para poeira? Enxadas para recolher a fina camada de lama que se espalhará nas beiras de tantas calçadas? Luz de emergência, pilha, rádios AM/FM de bolso? Walk talkies?

Quais segmentos terão suas vendas diminuídas? Artigos para festas? Itens de decoração? Comida por diminuição da população residente e flutuante?

E os serviços?! Quais serviços terão demanda ampliada ou diminuídas neste verão?

Hotéis terão outro verão de vendas pífias a turistas, apenas menores que as médias históricas ou teremos turistas de catástrofe por aqui?

Mesmo as escolas antecipando seus calendários escolares, abreviando consequentemente o término, evitarão o desconforto das mães com suas crianças no período de chuvas? Teremos a oportunidade de vender um transporte de filhos de urgência?! Já ao início da primeira chuva irá a van buscar a criança no local A e levá-la para o local B!? Será que a casa da criança é mais segura que a escola!?

E que tal um patrocínio de serviço de meteorológico? TVs, rádios e jornais terão um filão a explorar? Pode ser algo de interesse generalizado, com grande audiência e, portanto, grande valor de mídia. Que tal um noticiário diário focado em barreiras, enchentes e lama? Cabe um patrocinador exclusivo?

Todas as mudanças trazem grande incômodo para os estabelecidos e grandes oportunidades aos nada acomodados ou aos desconfortáveis. Nosso verão trará mudanças, perspectivas, crenças, razões, fatos e percepções, farão deste um verão ainda atípico, com um mercado aprendendo a se adaptar ao trauma, aos problemas e as percepções.

Uma cidade mais preparada, mas mais vulnerável, pessoas mais experientes e mais traumatizadas, um contraste de adjetivos. Há mais perguntas que respostas acima, e é necessário buscar soluções, mas esperar o verão chegar sob a ótica de que é mais um verão, não nem de longe uma boa estratégia. Pode não ser melhor, nem pior, dependendo da atuação da empresa, mas certamente, no mínimo diferente.

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