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Marketing na Moda. - 23 de setembro.
As fashion weeks ou semanas da moda são cada vez mais comuns e cada vez mais poderosas. Muita grana circula, imprensa especializada – aquela capaz de alçar aos céus ou enterrar no esquecimento qualquer marca – clientes ricos e famosos, modelos conceituadas e, é claro, muitos estilistas, todos esperando fazer de suas passarelas os novos comportamentos de consumo da próxima estação.
Até aí sem novidades, mas tem mais coisas que acontecem nas passarelas americanas que muita gente não sabe, por exemplo, dinheiro, muito dinheiro para desfilar por lá.
Diferente das semanas que aqui acontecem, em Nova York não é preciso ser convidado, é necessário pagar para estar lá.
Ao custo de 300 mil dólares qualquer marca pode exibir-se naquela que é a primeira e mais rica semana da moda do mundo. As outras famosas passarelas são Milão, Paris e Londres e mantém um olho atento às tendências que desfilam na grande massa.
Entre os cem estilistas presentes em Nova York temos três marcas nacionais disputando espaço, são elas Rosa Cha, Carlos Miele e Alexandre Herchcovitch.
Muito mais que simplesmente vender mais lá fora, essas marcam obtêm uma blindagem extra por aqui, na forma de admiração da concorrência, desejo de quem não tem e orgulho de quem usa.
A semana da moda de Nova York iniciou na oportuna e controversa Segunda Guerra Mundial, diante de uma Europa fragilizada e ameaçada pela ocupação nazista, desde então uma parada do eixo mundial da moda fixou-se por em terras americanas e lá permanece até hoje.
Em bom tupiniquim, precisamos trazer este exemplo da persistência e de estratégia na formação de valor e de negócio para terras mais ao sul, e buscarmos em nossa cidade firmar nossa fashion week, independente de crises no setor ou dos ventos da bonança, afinal não há mal que sempre dure nem bem que sempre perdure.
Abandonar a perspectiva de uma feira de vestuário e assumirmos uma semana de underwear, jogar alto o jogo da moda e fazer como a Rosa Cha que perdeu o acento do chá, e ganhou glamour nas ruas do Soho mesmo sendo uma beachwear. Qualquer um diria que uma marca de praia não teria quaisquer chances num mercado tão diferente e exigente, pois é... ocupou espaço!
As adaptações à cultura atingiram modelos, a venda descasada da parte de baixo com a parte de cima (comum ao americano), fluidez de crédito, prazos de pagamento, enfim, a boa e velha cartilha de mar-keting que diz: entenda seu consumidor e venderá a seu consumidor.
Nossa terra tem talentos, grandes estilistas com e sem formação, que desenham modelos impecáveis, que aliam sua criatividade às tendências dos salões europeus, porém há muito mais para se conseguir a adequada e desejada gestão de marca, como embalagem, políticas de distribuição e precificação, ações de comunicação, resumindo: marketing.
Estamos no rumo, e exemplos de mercado não faltam, temos todos que trabalhar para um polo mais forte, mais comercial, mais articulado entre si, mais profissional e mais forte enquanto arranjo produtivo local, nada de inventar moda naquilo que já é saber comum.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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