Consumidor confuso

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O consumidor está mudando, aliás, você está mudando, meio na perspectiva Tostines (vende mais porque está sempre fresquinho, ou está sempre fresquinho porque vende mais?!), o mercado nos afeta e nós afetamos o mercado, confundindo causa e consequência, confundindo criador e criatura!
Só não vale confundir mudança com tranquilidade, mercados que mudam geram grande oportunidade para todos e grandes ameaça para muitos.
Nessa avalanche de alterações comportamentais, o consumidor está mais atento ao prazer, quer mais prazer na vida, viver mais intensamente, quer mais válvulas de escape emocionais, se permitir pequenas indulgências, pequenos exageros que recompensem frustrações e doações. O consumidor, apesar das pressões de ser politicamente correto, na intimidade ou longe dos olhos de tantos, querem um pouco mais de coisas que sejam boas para si, do bife com gordura ao fetiche.
Isso abre um sem número de oportunidades de serviços e produtos focados em recompensa e raridade, em realização e sonho. Satisfazer pedidos personalizados pode ser um grande nicho. É a egonomia (o desejo de oferecer a si mesmo posses e experiências, por vezes exclusivas) é uma tendência há muito sinalizada e que cada vez mais ganha notoriedade no mercado, fruto do sentimento das pessoa se sentirem padronizadas em seu dia a dia e buscarem recompensa com exclusividades, coisas e momentos só delas.
Nesta linha e reclusão para fugir dos riscos e dos medos da vida moderna também estão aí, e sinalizam uma alta convergência a conveniência, ao delivery, ao isolamento. Famílias menores e mesmo moradias sem famílias sinalizam para produtos de quantidades menores, pagando mais por menos, mas desperdiçando menos e sentindo-se reconhecidos com produtos e serviços segmentados a essas necessidades.
Mudanças também nos Homens e Mulheres, essas se assumindo diferentes dos homens, a favor das diferenças, sem abrir mão das semelhanças, e homens menos estereotipados, menos machistas. Mais uma vez, vemos chances de serviços e produtos que precisam se reinventar e outros que precisam ser inventados ainda.
O fato é que o consumidor além de muito pressionado pelo ritmo alucinado da vida de hoje, também está mais informado, mais exigente com seu dinheiro e mais consciente do que fazer. Tudo isso conspira para uma necessidade de entrega mais pontual, mais prática, no preço cada vez mais certo, e com características mais ajustadas aos seus desejos, e as empresas que patinar nisso se afastarão rapidamente de seus clientes, por que confuso, o consumidor, pode estar, mas doido ainda não.

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