Compra virtual—problema real

sexta-feira, 06 de abril de 2012

As diferenças de preço entre loja física e loja virtual são imensas, e não param de crescer. À medida que a venda virtual aumenta, seus ganhos de escala e concorrência também aumentam. Isto tem feito os preços caírem sensivelmente. Por outro lado as lojas físicas perdem terreno em vendas e tropeçam no custo do ponto de venda, ineficiência e custos de vendedores e perdas por roubo e mostruário.

A seu favor a loja física tem o balcão, local onde o consumidor crê que pode trocar e reclamar (o que não é bem assim) e a pronta entrega (o que também não é bem assim, afinal, alguns produtos têm estoque centralizado e dependem de frete e prazos). Ponto a favor é a peça para ser vista pelos dedos, o principal órgão de visão do nosso corpo! Na mão contrária as desvantagens são o horário restrito de funcionamento, indisponibilidade de informação (há mais informação na loja virtual do que na física), o vendedor atrapalhando o processo e cometendo todo disso de pré-julgamento acerca do seu potencial de compra e forma de pagamento (através da roupa que usa, ou do português que fala, ou do celular que possui), filas para pagar e uma série de exigências que a loja virtual não se permite exigir.

Há quem já visite a loja física para verificar o produto e depois no conforto do seu lar realize a compra virtual com parcelamento e preços melhores que a loja física. Isso vale para tênis, roupa, eletroeletrônicos e toda sorte de produtos.

Marcas fortes, fisicamente falando, estão na internet com preços e possibilidades distintas, dando a entender ao consumidor que pode ser a mesma coisa, o que é uma grande inverdade. Com CNPJs distintos e gestões separadas, o Procon não se posiciona, e deixa o consumidor com a sensação de que a “.com” é a extensão da “.fisica”, o que não acontece em nenhum caso.

Há quem vá ao ponto de venda para comprar. Quer seja pelo medo de ter seu cartão de crédito na rede, medo da não entrega do produto, medo de entrega de produto errado e fora de prazo, medo do novo. Há muita venda física hoje que usufrui ainda da ineficiência da loja virtual, ainda lenta para tratar a exceção, o problema, o erro; mas diria que os erros comparados aos acertos dão um viés é de melhora e o êxito na rede triunfará.

A política de preço, parcelamento e informação ainda supera com folga qualquer problema. Se a cada dez compras virtuais, uma não lhe for entregue, ainda é um ótimo negócio financeiramente, pois as tabelas alcançam 15, 20, por vezes 30% de diferença e o portfólio é sempre superior ao da loja física. Mais escolha e menor preço, um contra senso maravilhoso do consumo virtual.

Há quem duvide da internet ainda, há quem seja resistente, há quem use eventualmente e há quem seja usuário frequente, seja como for, estamos todos fadados a nos aproximar cada vez mais deste mundo de vendas virtuais e de problemas e vantagens reais.

Mudanças na cultura de compra e de venda ainda serão indispensáveis e o ponto de venda que não souber compensar suas limitações, comparadas às virtudes virtuais, será coisa do passado, de um passado antes da invenção e da consolidação da internet.

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