Coca-Cola e sua história

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O consumo per capita de refrigerante não para de diminuir nos Estados Unidos. Nos últimos 7 anos a redução foi de 15% e a tendência é deste modelo se espalhar pelo mundo em nome de uma vida mais saudável. Redução de consumo traz natural redução da rentabilidade, mas a gigante Coca-Cola não se rende fácil e permanece investindo em marca e relacionamento da marca, que se confunde muitas vezes com nossa própria história.

Nos últimos tempos a Coca-Cola investiu na estratégia de transformar sua garrafa em um amuleto, presente, lembrança ou souvenir, utilizando nomes próprios nos rótulos das suas garrafas. Depois partiu para a possibilidade de você encomendar seu próprio nome e finalmente de utilizar palavras-chaves, baseadas no otimismo, nos rótulos, campanha que marcou as festas deste fim de ano. 

Agora ela volta com um clássico os anos 80, miniaturas das garrafas de Coca-Cola, mas numa roupagem super fashion e focada nos 18 países sedes da Copa da Fifa.

Apostando na natureza colecionável do consumidor, a Coca-Cola pretende faturar alto com a campanha que é um abre-alas para a Copa do Mundo. Até as próximas sedes da Copa, como Rússia e Catar, já estão na coleção.

A Coca-Cola pode não ser uma boa bebida, mas é certamente a melhor empresa em estratégia de marca com seus clientes. A proximidade, a simpatia, a presença no ponto de venda, a distribuição, a qualidade de deus produtos. É simplesmente impressionante como a operação da Coca-Cola em todos os aspectos consegue se mostrar sempre tão eficiente e tão modelo a ser seguido e admirado.

Sua consistente estratégia de comunicação, quer seja em volume de anúncios ou no uso dos canais de comunicação, com seus slogans sempre tão pertinentes e exatos, sua mensagem sempre otimista, próxima e de linguagem capaz de atingir o rico, o pobre, o jovem, o idoso, o solteiro, o casado, a família e o indivíduo, é um processo quase mágico que vem se perpetuando, de geração em geração, e em particular no Brasil, quase bloqueando alguns rivais de usufruir do potencial do mercado.

Certamente, o que veremos nesta nova campanha da Coca-Cola serão muitas crianças entrando para o time de fãs da Coca-Cola, iniciando sua coleção, muitos marmanjos relembrando seus anos 80 e reativando sua coleção antiga, além, é claro, de cáries e quilos a mais.

Entre um vedante e um anel de latinha teremos muitas lembranças para colecionar, muitas miniaturas de garrafa para conseguir e a gigante seguirá por hora liderando as vendas, a preferência e o hábito de consumo. Bom para dentistas, nutricionistas, e pior para crianças, adolescentes e marmanjos que precisam abandonar o mau hábito de consumir refrigerantes.



Roberto Mendes é publicitário, especialista em marketing pelo Instituto de

Administração e Gerência da PUC-Rio, pós-graduado em Engenharia Ambiental,

professor titular da Universidade Candido Mendes e sócio da Target Comunicação 

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