Cadê a crise?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O que se ouve por aí é que há uma crise econômica, mas um dos primeiros sintomas na economia é o desemprego, mas cadê ele?
O comportamento do mercado de emprego não é de crise, afinal a reclamação geral é de carência de mão de obra qualificada e em alguns casos até de desqualificada mesmo.
Nesta lógica o mercado segue pressionado por uma alta em salários que impactam o custo de serviços e produtos.
Mas até quando essa seara permanecerá? Como esses empregos estarão dispostos no futuro? Quando o mercado perder fôlego, e isso é cíclico, os menos qualificados ou menos ajustados serão os primeiros fortes candidatos e perda do emprego.
Qualificação e comportamento ainda são os melhores atributos a serem colecionados nos períodos de ventos bons para que a segurança do conhecimento resguarde posições nos períodos de tempestade ou calmaria. Na mesma lógica que empresas devem colecionar reservas capazes de garantir investimentos em comunicação e fluxo de caixa para os períodos difíceis.
Nossa crise ainda não apresentou suas verdadeiras causas e potências, por hora apenas o excesso de crédito fácil ameaça a economia na medida em que gera um endividamento acima do aceitável, mas na verdade mascara um crescimento artificial financiado por este mesmo dinheiro caro e fácil que o governo disponibiliza. 
Quando a fonte de dinheiro secar teremos dificuldades na economia e no emprego, e a ausência de qualificação do trabalhador médio será ainda mais sentida por esse que hoje experimenta tardiamente o consumo e os prazeres do capital.
O marketing com suas limitações não poderá fabricar demandas e sobretudo consumidores capazes de comprar produtos e serviços.  
O marketing não é um santo milagreiro que é capaz de se sobrepor aos cenários impostos pelas políticas macroeconômicas, mas sim um oportunista que observas e vale-se das situações do mercado.
O marketing é um convidado de uma festa, onde o anfitrião é o mercado e os convidados consumidores. Mas se a decoração for a crise, difícil será vermos o aumento das vendas e empregos, e como toda crise, teremos uma seleção natural, onde só os mais bem adaptados estarão aptos a sobreviver.

“Roberto Mendes é publicitário, especialista em marketing pelo Instituto de Administração e Gerência da PUC-Rio, pós-graduado em Engenharia Ambiental, professor titular da Universidade Candido Mendes e sócio da Target Comunicação.”

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