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Novas tecnologias e consciência ingênua
Da chave de fenda ao laptop, caminhamos muito depressa e, com a chegada da internet e de enciclopédias e sites de informação, passamos a ter contato com uma vasta gama de assuntos, antes veiculados com muita restrição.
As novas tecnologias permitiram a comunicação mais rápida com as pessoas e conteúdos variados embora não tenham ampliado o léxico porque a comunicação se dá através de um vocabulário muito restrito.
A linguagem html, chegando agora à maturidade, permite pesquisas rápidas e interativas, apesar de criar a possibilidade de dispersão de quem pesquisa.
De modo geral as escolas nos últimos anos não ensinaram aos alunos a usá-las, mesmo na universidade. Uma visão mais crítica e científica não chegou a se instalar na mente dos estudantes que aumentaram em número nos cursos superiores, derivando daí uma aceitação muito fácil de qualquer afirmação.
A consciência ingênua tudo aceita, sobretudo quando se encontra diante de uma ferramenta com maior aparência de autoridade, como ocorre com a internet. Sendo a consciência ingênua mais mágica que científica uma citação pode, facilmente, “fazer a cabeça” de um pesquisador incauto e que não aplica critérios de consistência interna às teorias expostas.
Esta é a razão de trabalhos com base em informações obtidas junto às tecnologias disponíveis carecerem de segurança científica. Não só precisamos alertar para os perigos de qualquer informação veiculada sem critérios, como a ciência e a pesquisa exigem que sejam testadas e comparadas com outras fontes para que sejam avaliadas as correlações positivas entre o que foi informado.
A velocidade da informação não pode gerar o crescimento de uma consciência ingênua que tudo lê e tudo aceita como verdadeiro e quase infalível.
As escolas e as universidades brasileiras que preparam pesquisadores precisam desenvolver mais a consciência crítica para substituir a ingenuidade que acompanha nossos estudantes e acadêmicos acostumados, desde cedo, a lidar mais com a informação e muito pouco com o conhecimento.
Prof. Hamilton Werneck é pedagogo,
escritor e palestrante
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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