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Nós falamos e muita gente não nos entende
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
É verdade! Quando conversamos com os adolescentes e jovens temos de tomar muito cuidado com o nosso vocabulário e nossas expressões. Muitas vezes eles detestam conversar conosco, exatamente, porque não nos entendem.
Você se lembra de uma expressão de alguns anos, quando uma pessoa repetia uma história ou novamente contava a mesma piada? Nós dizíamos: vire o disco. Cuidado, um jovem de dezessete anos não sabe o que é "virar o disco” porque ele não conviveu com o disco de vinil.
Por favor, não use a expressão "discar o número do telefone” porque muitos de nossos interlocutores conhecem teclados e digitam. O verbo discar está relegado ao ostracismo do interior dos dicionários e este verbete é consultado somente em algumas pesquisas.
Imagine alguém falar em alfabeto Morse, a fina flor do século XIX, para as comunicações entre as estações ferroviárias! Mais ainda, se alguém resolvesse se apresentar para um gerente de uma empresa com seu diploma de datilógrafo! Já foi este tempo! Nossos jovens não conheceram a máquina de escrever.
Um diretor, sabendo de meus dotes para escrever, presenteou meu setor com uma máquina elétrica. O serviço era perfeito e dava mais gosto escrever. Em dois anos ela estava encostada e, em seu lugar, um computador.
Outro fato importante passou-se numa escola onde foi comprado um sistema de computação para uso dos alunos. Na primeira aula um menino do primeiro ciclo do curso básico olhava para a tela, reclamava da falta de cores e perguntava ao seu professor onde estava a "janelinha”.
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
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