Meu filho não vai à escola, estuda em casa

Nos antigos tempos bíblicos, as crianças estudavam em casa com os pais. Havia mais tempo que hoje. Mesmo assim, tão logo a vida apresentou exigências maiores, as escolas passaram a ser abrigadas pelos templos.

Se você me perguntar se uma criança poderia aprender tão bem em casa quanto na escola, responderia que sim. Foi o meu caso. Estudei em casa e ingressei na escola na terceira série do ensino básico, depois de fazer uma prova de nivelamento.

Hoje, esses casos são mais raros porque são poucos os pais que conseguem atender às exigências dos conteúdos e do tempo para ensinar aos filhos em casa. Havendo esse tempo e os pais tendo conhecimento, os filhos poderiam aprender em casa, como se faz na escola. A escola é algo que se estruturou porque as famílias não conseguiam mais dar conta de tantas tarefas entre o trabalho e a educação dos filhos, sobretudo na sociedade industrial.

Em tempos de tantos recursos eletrônicos este ensino poderá ser monitorado até do trabalho e o aprendizado acontecer através de portais, aulas pela internet e acompanhamento feito pelos pais.

A questão que se coloca não é apenas de instrução. Esta pode ser atingida dentro de algumas circunstâncias. A questão mais séria é aquela ligada ao aprender a conviver. Fora da escola a criança terá mais dificuldade de ajustar o seu caráter às exigências de um grupo de sua idade. Não se trata, portanto, de ontogênese, apenas e, sim, de sociogênese.

No caso específico brasileiro temos leis muito claras que determinam que a matrícula do filho na escola é um dever da família e, enquanto isso não for mudado, ela continua sendo obrigatória.