Cuidado para não escolher o que vai desaparecer

sexta-feira, 31 de março de 2017

A escolha de uma carreira exige este cuidado: escolher o que existirá no futuro, porque você pode fazer um vestibular, escolher a carreira e ficar desempregado por causa do desaparecimento de muitas profissões.

É verdade também que as carreiras tradicionais permanecem, o que com elas ocorre é uma constante adaptação e ajustes às especialidades novas.

Um universitário iniciando um curso neste ano de 2017 certamente terá oportunidades muito variadas nas especialidades que surgirão nos próximos quatro ou cinco anos.

Se no passado as escolhas eram fechadas em carreiras que garantiam sobrevivência pela força do diploma, as escolhas atuais podem não ter este significado. O tradicional não é mais garantia de sucesso ficando este, dentro do mundo líquido em que vivemos, dependente da criatividade do profissional e sua visão ampla em relação às variadas oportunidades do mercado.

Vivemos num momento em que a única certeza é a mudança. O século XXI reabilitou o filósofo Heráclito que, na velha Grécia defendia o princípio de que “tudo corre, tudo passa e nada permanece”.

Estar preparado para o imprevisível como ponto de partida para enfrentar a vida profissional não é imaginação de pedagogos e economistas, faz parte da realidade.

Se na década de sessenta os programas humorísticos ridicularizavam os cursos de comunicação social, educação física, arte-educação e turismo, com a evolução tecnológica e os avanços em nossa sociedade, todos eles têm o seu lugar e as competências básicas de cada um fazem a diferença.

Mas, na prática da vida universitária ou pré-universitária, qual a melhor atitude e quais os caminhos mais seguros dentro dessa sociedade líquida, na visão de Sigmunt Bauman, quando as escolas, por melhores que sejam, podem estar preparando futuros desempregados?

O observador, com olhos e ouvidos abertos, lendo e ouvindo, analisando a imagem do mundo apresentado pelas revistas e cadernos especiais dos jornais, fará a diferença. Se a revista Super Interessante é uma ferramenta útil para o ensino básico, a Cientific American, já traduzida para o português, torna-se indispensável para os acadêmicos de qualquer curso.

Não teremos “gurus” para assegurar quais os mapas a serem seguidos, será a pesquisa contínua que garantirá o ajuste de coordenadas facilitadoras de decisões no presente e no futuro.

Portanto, por mais tradicional que seja, ler e ler sempre, ouvir e ouvir sempre, discutir e questionar sempre podem indicar um futuro seguro em oposição à alienação de quem se fecha em si mesmo e se isola do mundo, esperando alguma solução mágica para as dúvidas profissionais. 

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Hamilton Werneck

Hamilton Werneck

Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.

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