Colunas
Cuidado para não escolher o que vai desaparecer!
A escolha de uma carreira exige este cuidado: escolher o que existirá no futuro, porque você pode fazer um vestibular, escolher a carreira e ficar desempregado por causa do desaparecimento de muitas profissões.
É verdade também que as carreiras tradicionais permanecem. O que com elas ocorre é uma constante adaptação e ajustes às especialidades novas.
Um universitário iniciando um curso neste ano de 2010 certamente terá oportunidades muito variadas nas especialidades que surgirão nos próximos quatro ou cinco anos.
Se no passado as escolhas eram fechadas em carreiras que garantiam sobrevivência pela força do diploma, as escolhas atuais podem não ter este significado. O tradicional não é mais garantia de sucesso, ficando este, dentro do mundo líquido em que vivemos, dependente da criatividade do profissional e sua visão ampla em relação às variadas oportunidades do mercado.
Vivemos num momento em que a única certeza é a mudança. O século XXI reabilitou o filósofo Heráclito que, na velha Grécia, defendia o princípio de que “tudo corre, tudo passa e nada permanece”.
Estar preparado para o imprevisível, como ponto de partida para enfrentar a vida profissional, não é imaginação de pedagogos e economistas, faz parte da realidade.
Se na década de sessenta os programas humorísticos ridicularizavam os cursos de comunicação social, educação física, arte-educação e turismo, com a evolução tecnológica e os avanços em nossa sociedade, todos eles têm o seu lugar e as competências básicas de cada um fazem a diferença, tanto quanto em 2010 a nova profissão de “corretor de cabelo” pode assustar quem lê alguma coisa sobre este ofício.
Assim, falar de crioterapia e de especialidades em transmissão inalâmbrica não fazem mais parte de ficção científica, e, sim, da realidade da eletrônica e especificidades da medicina.
Mas, na prática da vida universitária ou pré-universitária, qual a melhor atitude e quais os caminhos mais seguros dentro dessa sociedade líquida, na visão de Sigmunt Bauman, quando as escolas, por melhores que sejam, podem estar preparando futuros desempregados?
A atitude do observador atento que está com olhos e ouvidos sempre abertos, lendo e ouvindo, analisando a imagem do mundo apresentado pelas revistas e cadernos especiais dos jornais.
A preparação de um profissional, além de estágios, remunerados ou não, depende muito do enriquecimento de seu currículo, o que é permitido pelas grades curriculares dos cursos, onde podem ser anexadas disciplinas oriundas de outras áreas do saber humano.
Grande ajuda, atualmente, surge de congressos e conferências, em que idéias novas e experiências são apresentadas, indicando os caminhos mais arrojados para um profissional criativo.
Não teremos ‘gurus’ para assegurar quais os mapas a serem seguidos, será a pesquisa contínua que garantirá o ajuste de coordenadas facilitadoras de decisões no presente e no futuro.
Portanto, por mais tradicional que seja, ler e ler sempre, ouvir e ouvir sempre, discutir e questionar sempre podem indicar um futuro seguro em oposição à alienação de quem se fecha em si mesmo e se isola do mundo, esperando alguma solução mágica para as dúvidas profissionais.
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário