Cinco bilhões a mais para a educação em 2015

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Nada mal. Os pessimistas dizem que este valor é insuficiente, os otimistas comemoram todo dinheiro novo que chega à pasta. Aprovada esta emenda na comissão de educação do Senado Federal, se receber o beneplácito do plenário, chegará às contas do Fundeb como um reforço para 2015. Os municípios agradecem.

Estas unidades da federação estão de olho na votação das diretrizes orçamentárias e na flexibilização do superávit fiscal para fechar as contas de 2014. Aprovada, ficaria mais fácil pagar o piso salarial nacional aos professores, o que muitas vezes não pode ser feito por causa das "travas” da responsabilidade fiscal. Situação e oposição se digladiam, uns defendendo a austeridade econômica, enquanto outros preferem defender uma política econômica que privilegie setores sociais e pessoas.

É bem verdade que o que se espera dos investimentos educacionais com olhares voltados somente para o pré-sal não será suficiente, mesmo que atinjamos a autossuficiência e passemos a exportar petróleo. Somente um aumento considerável em nosso PIB conseguirá levar o Brasil ao patamar dos países que mais investem em educação.

Temos de dar passos. Este é um deles. Pequeno, porém, adiante. É assim que precisamos caminhar, superando o verbo dos debates dos interesses políticos e do mal estar criado, porque os interesses de coligações, postos muitas vezes acima dos interesses nacionais, desagradam aos gregos e aos troianos.

Recentemente o senador Cristóvão Buarque chamou a atenção de que não adianta querer depositar todas as fichas no petróleo a ser extraído das profundezas marítimas porque o investimento em educação, para ser relevante, precisaria atingir mais que quatrocentos bilhões de reais a cada ano. Tal fato não será sustentado somente com o petróleo e, sim, pelo crescimento global que terá de elevar nosso PIB para um patamar acima de quatro trilhões e meio de reais. Assim, os dez por cento previstos para serem investidos na educação até 2014 conseguirão atender à demanda educacional de um país que pretende ser potência.

O que, em última análise, isto significa? Bem simples: precisamos dar mais valor ao leve e caro, sem deixar de lado o pesado e barato. Leve e caro é um produto com grande agregação de valor, o que se consegue produzir somente com a elevação do patamar educacional de uma nação.

Boas-vindas aos cinco bilhões. Não é tudo, mas ajuda muito!


Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e palestrante


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Hamilton Werneck

Hamilton Werneck

Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.

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