Colunas
Bolsa família e educação
sexta-feira, 12 de abril de 2013
“Eu tive fome e não me deste de comer, por isso sofro a ignorância e jamais consegui aprender.” Do livro: Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo.
Ainda estamos sentados sobre uma “bomba” humana que pode explodir, embora muitas ações tenham amenizado essa situação social grave, com consequências econômicas afetando a estabilidade do tecido social.
O “bolsa família”, apesar de criticado, vem apresentando resultados importantes. É bom que se diga que os críticos nunca souberam na vida o que é a fome, nem a presenciaram na realidade dos sertões sem água e sem agricultura.
A criança faminta não tem opção entre a escola e o ato de ser pedinte para defender a refeição que atenda ao próximo grito do estômago. Nesse sentido a fome não favorece a presença nas escolas e, muito menos, o aprendizado eficaz.
Dados recentes indicam alguns resultados favoráveis desse programa e são dignos de elogio: os que recebem “o bolsa família” pertencem ao grupo que menos evade das escolas e já apresenta resultados acadêmicos melhores.
Mas, ainda existem os que críticos que afirmam que, agora, as crianças só vão à escola para comer. Pergunto: é melhor comer na escola ou alimentar-se de restos que foram para o lixo nas esquinas das cidades? Muitas vezes percebo que está faltando em algumas pessoas a sensibilidade própria da espécie humana. Tão envolvidos com a correria consumista que não temos tempo para sentir a miséria alheia.
Feliz será o dia em que não precisarmos mais fornecer cestas básicas. Feliz o momento em que todos caminharem com as próprias pernas. No entanto, enquanto esse dia não chega temos de agir em duas frentes: uma, oferecendo subsídios para que o ser humano sobreviva; outra, avaliarmos se este mesmo subsídio tem características libertadoras, ou seja, permita às pessoas, sobretudo às crianças em idade escolar, a permanecer nas escolas e aprender mais. Felizmente verifica-se, hoje, que o “bolsa família” já dá demonstração que faz as duas partes.
Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e palestrante
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Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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