A relação entre educação e economia

Qualquer tratado de economia levará em conta a distribuição etária de uma população-alvo. No passado recente, nosso crescimento vegetativo era elevado e a distribuição era representada por uma enorme pirâmide de base muito larga. Atualmente, este índice baixou e a população é apresentada como o desenho de uma gota de água. Se antes tínhamos muitos para serem sustentados por poucos, dado que chegamos à situação de um trabalhador ter de sustentar três outros brasileiros, com a mudança dessa distribuição populacional temos mais gente na idade ativa e produtiva. Restam 25 anos para formarmos uma grande poupança, com avançada tecnologia para que, no futuro, novamente poucos sustentem muitos, com a diferença de que receberam uma formação tecnológica e humana muito mais desenvolvida.

Isto só se consegue com mais educação. Não dentro dos currículos e programas atuais, mas com outros parâmetros e visões, muito mais voltados para a produção de bens imateriais que, propriamente, de bens materiais.

Esta mudança educacional deve acompanhar as características da sociedade pós-industrial.

Se, de um lado, teremos necessidade de mudanças dentro do paradigma produtivo, de outro, impõe-se uma mudança no paradigma de formação do povo brasileiro. 

Se isto não ocorrer, alguns problemas econômicos surgirão: aumento do desemprego por causa da sofisticação tecnológica; diminuição do produto interno bruto por falta de criatividade que atenda à criação imaterial; e queda na remuneração dos aposentados porque, mesmo com muitos trabalhadores, a força de trabalho continuará abaixo do necessário.

A decisão está com os gestores de hoje e, se eles não enveredarem pelos caminhos corretos, eles mesmos serão penalizados com aposentadorias pífias.