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A geração que não podemos perder
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Em décadas passadas, os professores alertavam para uma distribuição da população brasileira representada por uma pirâmide de base larga, com muitos jovens e uma alta mortalidade infantil.
Aos poucos esta imagem foi mudando. A mortalidade infantil, ainda elevada, diminuiu bastante, o crescimento vegetativo é muito próximo de 2% e, como consequência, nossa distribuição de população passou a ter outra imagem. De pirâmide, passamos a uma gota. Esta sim, hoje, representa a distribuição de nossa população, onde jovens e adultos marcam presença de modo relevante, a população infantil é menor e os idosos, em crescimento, não exigem tanto da faixa conhecida como população ativa.
A estimativa é de que temos pela frente entre vinte e vinte e cinco anos para conseguirmos níveis de desenvolvimento compatíveis com o tamanho do país, as necessidades de crescimento econômico e consequente diminuição da pobreza.
Para tanto os investimentos em educação precisam ser maciços, os programas necessitam de revisão, a carreira de professor precisa ser reestruturada.
Importante, então, será a avaliação dos dados do Pnad, apresentados recentemente pelo IBGE. Uma multidão de 1,7 milhões de adolescentes evadiu do ensino médio. A taxa dos que frequentavam este segmento já era bem inferior aos 100%, atingindo 85,2%. Pois bem, isto piorou entre uma análise e outra feita pelo IBGE. Caímos para 83,7%.
Isto significa que a região central da gota que representa a nossa população, onde as pessoas deveriam estar em forte preparação para o mercado de trabalho, através dos estudos do ensino médio e técnico, está sendo minada pela evasão escolar.
Várias causas são anteriores, podendo-se ressaltar os estudos fracos no ensino básico, a deficiência em leitura, a falta de professores com formação adequada. No entanto, com causas visíveis ou não, a evasão é grave, necessita ser estancada para que, neste momento ímpar de nossa distribuição de população por faixas etárias, não se perca uma geração inteira.
Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e palestrante
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
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