Crises e oportunidades

sexta-feira, 05 de maio de 2017
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Não há dúvidas que nossos dias estão mergulhados no caos. Política, economia, relações, ideologias estão efervescendo. Há muito ódio, inclusive. É o que se pode chamar, efetivamente, de crise.

Pergunto ao leitor se já pensou sobre a palavra “crise”? E sobre “oportunidade”? Pois é, vale a reflexão.

Aprendi que crise é o que se vive quando um tempo se esgotou e um novo tempo ainda não começou. Crise é aquele momento sem referências claras. É quando “o que se sabia” não dá conta mais e um “novo saber” ainda não está pronto. Crise é o tempo da confusão.

Na crise, é muito comum o desespero. Um sentimento de angústia e falta de perspectivas. A crise gera muita desconfiança. E, por incrível que pareça, gera também uma apatia. Somos tentados a não sair do lugar.

Oportunidade vem de “ob-” e “portus” (em direção ao porto). Originalmente, a palavra era usada para representar os ventos que colaboravam para os barcos à vela partirem ou chegarem a um determinado porto. Os ventos eram “oportunos” ou “inoportunos”, dependendo da situação.

Oportunidade, pensando assim, é mais do que sorte ou acaso. É diferente, também, de destino.

Ventos sopram sempre em alguma direção. O duro é coincidir a direção dos ventos e o destino da embarcação. Nesse caso, o que faz a diferença não é o barco e suas velas nem os ventos e sua direção, mas a habilidade do capitão.

Não é à toa que os antigos chineses usavam um símbolo para descrever “perigo” e um outro sinal para escrever “oportunidade”. Os dois juntos – perigo e oportunidade – significam “crise”. Crises, perigos e oportunidades são irmãos.

Se se estaciona e se olha somente para trás, a crise é negativa. Imobiliza e gera um círculo vicioso de derrota.

Mas se se olha para frente, a crise vira oportunidade e a vida ganha um sentido novo. O desespero vira esperança.

Só há um jeito de enfrentar a crise: atravessando-a. Isso se chama oportunidade.

Não é fácil, mas é possível.

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