Um “Monti” de esperança...

sexta-feira, 09 de junho de 2017

E esse tal dia 14 de junho que não chega!? A expectativa é muito parecida com a da pré-Libertadores, onde cada alvinegro aguardava com ansiedade a definição do primeiro adversário, e do caminho a ser percorrido até a fase de grupos. Desafios superados, o botafoguense agora quer conhecer o próximo desafio pelas oitavas de final, rumo ao desfecho de uma das histórias mais surpreendentes do futebol mundial. Entre uma expectativa e outra, há obstáculos vencidos, sustos, heroísmo, momentos inesquecíveis, shows da torcida e alertas para serem observados.

Clube do tamanho do Botafogo não poderia jamais deixar de disputar uma Libertadores. Mas em paralelo há o Estadual, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. No mesmo contexto, clube do tamanho do Botafogo precisa entrar em qualquer competição com a expectativa de brigar pelo título. Não dá para reclamar de sorte, azar ou maratona de jogos. Sem deixar de reconhecer o lado humano dos jogadores, mas reforçando a importância de ser ter um plantel.

A questão da expectativa x realidade foi muito bem colocada pelo técnico Jair Ventura depois do jogo contra o Santos. Na opinião deste que vos escreve, inclusive, o duelo no nosso salão de festas representa um dos mais cristalinos reflexos do que é o Botafogo 2017: organizado, bem arrumado, disposto, competitivo, mutilado por lesões e carente de peças de reposição e de qualidade. Em 90 minutos, no palco do título de 1995, o preto e o branco tomaram forma no contraste, quase que abismal, entre o provável da teoria e a transformação do “impossível” em possibilidade.

O Botafogo é muito mais do que se poderia projetar no início do ano. E ponto. Mas entre o citado abismo que separa expectativa e realidade existe a cobrança do tamanho de um dos 12 maiores clubes de todos os tempos; Existe o peso de um passado recente muito aquém do que sugere a história; Mas existe também um grupo comprometido como há muito tempo o alvinegro não acompanhava.

Voltando ao duelo entre os dois clubes mais importantes do futebol brasileiro, mesmo com uma série de desfalques de peso, o Botafogo foi melhor que o Santos. Há de se considerar que o adversário também sofreu com ausências importantes, mas o Glorioso sentiu muito menos. E diante de uma equipe considerada, por boa parte da imprensa, como candidata ao título nacional. Em meio à ressaca da derrota, pela maneira como aconteceu, há sim um “Monti” de esperança.

O retorno de Montillo, ainda tímido, pode ter um significado bem mais abrangente do que é apenas interpretado na letra fria da palavra. Entretnto, assim como é fato o rendimento acima do esperado, também é indiscutível a necessidade de contratar reforços. Especialmente – e talvez exclusivamente – para o setor ofensivo. Marcos Vinicius vem, Sassá vai. Falta, pelo menos, mais um homem de área e um de velocidade para compor o leque de alternativas junto com Guilherme, Pimpão e Roger. De preferência, um deles em condições de assumir a titularidade e a responsabilidade de marcar os gols. Exatamente os que faltaram contra o rival de preto e vermelho e contra o Santos. Num time compacto, de defesa forte e que necessita ser cirúrgico, não há espaço para tantos desperdícios.

Contudo, voltando à questão da expectativa x realidade, o orçamento limitado encolhe também o número de opções no mercado. Luciano seria uma boa aposta, talvez. Mas o “Monti” de esperança traz consigo a responsabilidade de acrescentar qualidade ao meio alvinegro, e tornar o quarto final do campo um pouco mais dinâmico e criativo. O camisa sete, maior contratação do clube para a temporada, pode ser um termômetro para a melhoria do rendimento do Botafogo. Contamos com Montillo, e com pelo menos mais dois ou três reforços.

A caminhada prossegue, e há tempo para fortalecer o plantel até as oitavas da Libertadores e as quartas de final da Copa do Brasil. Sem esquecer, claro, do Campeonato Brasileiro. Time grande é assim. O Botafogo precisa ser assim. Se em campo continuarem dando a vida, nas arquibancadas estará o combustível extra. Como os mais de dois mil presentes ao Pacaembú, ou a exemplo de tantos outros milhares que encantam a América e o Mundo a cada jogo da Libertadores. A comunhão entre time e torcida, com o tempero de algumas peças, pode recolocar o Glorioso onde ele sempre deve estar. Há lacunas, dificuldades, obstáculos e um longo caminho. Mas há um “Monti” de esperança que outrora não existia.

Saudações alvinegras! Seguimos juntos para fazer história. Passo a passo. Coluna a coluna. Até a próxima!

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