Querido Papai Noel...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Nós fomos bons meninos durante o ano de 2015. Seguimos a todo o lado, vibramos, torcemos, cobramos, choramos e comemoramos. Vivemos o Botafogo. Fomos mais do que apenas torcedores. Compramos a briga, aceitamos as condições, compreendemos as dificuldades e digerimos o fato de alguns jogadores que não tinham a menor condição vestirem a camisa mais tradicional do país. O amor pela instituição falou mais alto do que a razão, e em cada jogo pulamos e gritamos, feito Loucos, pelos mais variados cantos do Brasil, como se o nosso time fosse imbatível. E no Universo Botafoguense ele sempre será!    

Querido Papai Noel... No final do ano passado, pedimos um pouco mais de carinho e atenção com uma gente tão apaixonada, que merece muito mais do que tem ganho nos últimos anos. Obrigado por atender o nosso pedido e ter nos presenteado com o retorno à elite do futebol brasileiro. Pode parecer pouco, e não deixa de ser pela dimensão de um dos 12 maiores clubes de todos os tempos do futebol mundial. Mas para a realidade que se apresenta, esse troféu da série B, que nos deste de presente, pode ser comparado a um brinquedo educativo entregue a uma criança bagunceira.

Para este ano, acho que podemos pedir um pouco mais. Provamos, através do nosso amor e fidelidade, que nós merecemos. Completamos 20 anos do nosso último título nacional, e o senhor há de concordar que passou da hora de o alvinegro voltar a colorir o país. Nós, escolhidos, jamais deixamos de seguir a Estrela Solitária por isso, mas as conquistas são importantes para atrairmos novos seguidores e fazermos jus a uma história gloriosa. Sabemos das limitações financeiras, mas apostamos na criatividade. Alguns presentes simples possuem valor muito maior do que o produto mais caro que está a venda nas prateleiras das lojas. 

Nos últimos anos, o botafoguense aprendeu exatamente isso. Não é se contentar com pouco, e sim, entender o momento. Alguns dirigentes não tiveram a mesma compreensão, e tentaram iludir o torcedor com promessas, altos investimentos e nenhum resultado. Mesmo assim estávamos lá, contra tudo e contra todos, acreditando. E assim será para todo o sempre.

Querido Papai Noel... Não vou te pedir nenhum Messi ou Cristiano Ronaldo de presente. Até porque, para um clube que já teve Garrincha, Nilton Santos e tantos outros, com todo o respeito e sem querer fazer pouco caso, esses dois pedidos seriam apenas “lembrancinhas”. Logicamente, no atual cenário, fariam diferença a qualquer clube do mundo! Mas o Botafogo, além de bons jogadores, precisa de maturidade. Política, financeira e de sua torcida. O número de sócios torcedores precisa crescer, mas o alvinegro precisa ser melhor tratado quando vai ao estádio. Peço-lhe, então, que essa comunhão de necessidades possa se concretizar.

Acredito, Bom Velhinho, que de todos os atletas que saíram até o momento poucos farão falta. Aliás, quase nenhum. Talvez, Daniel Carvalho e Elvis poderiam ter ficado para compor elenco, mas estão longe de serem indispensáveis. Era fundamental fazer essa reformulação. Um elenco que passou sufoco contra Boa Esporte, Luverdense, Santa Cruz e outros não é digno do Glorioso. O que pedimos e precisamos a partir de agora é de reforços de bom nível.  Pelo bom começo de trabalho, a diretoria merece um voto de confiança. Por enquanto, o senhor, Papai Noel, nos trouxe presentes importados: Carli, Larrea e talvez Ortega. Não os conhecemos, mas vamos acreditar. Essa camisa, quando vestida e sentida pelo atleta, transforma.

Enfim, Papai Noel... Temos pedidos e, sobretudo, agradecimentos. O maior presente que já nos deu foi o direito de torcer pelo Botafogo, de ser um escolhido em meio a tantas outras opções vazias. Carregar essa Estrela no peito é um uma honra que cinco milhões de pessoas possuem, e sentem orgulho por isso. Nenhum outro presente no mundo poderia ser mais valioso.

Um Feliz Natal a toda a nação alvinegra! Que os presentes para 2016 sejam suficientes para alcançarmos os nossos objetivos. Até a próxima semana!

    

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