Colunas
Preparem o Manequinho...
Amigos alvinegros a saudade é enorme, e quase não cabe dentro do peito. O ano de 2015 não foi fácil, é verdade, mas quando a camisa alvinegra pinta no gramado com a Estrela Solitária no lado esquerdo do peito o mundo para. Não existe dificuldade, adversário invencível e nem problemas particulares para cada um dos cinco milhões de escolhidos. Quando o Botafogo está em campo nada mais importa. Ficamos ali, concentrados, cantando, pulando, vibrando, torcendo. Cada um do seu jeito, mas todos sentindo e vivendo a maior paixão do futebol brasileiro. Se o resultado é bom, os dias que antecedem o jogo seguinte são de carnaval. A vida flui, o bom-humor é presente e conseguimos ter uma semana leve. Mas se o placar não é favorável ao alvinegro... Só quem convive com um botafoguense sabe! A expressão fica fechada, o coração partido e nada mais tem graça. A raiva se mistura à ansiedade pelo próximo jogo, na esperança de recuperar os pontos perdidos e continuar a caminhada em qualquer que seja o campeonato. Assim é o torcedor do Botafogo: ele não torce ou admira. Ele vive o clube.
Por isso, enquanto os jogadores estão de férias e o universo do futebol brasileiro em recesso, a alma preto e branca fica enfraquecida. Falta algo, que é exatamente o maior amor daquela gente louca! Acordar no sábado e lembrar que o Botafogo não vai jogar é doloroso. Por mais que tentemos, é impossível preencher esse vazio com outras atividades. Há quem prometa tirar umas “férias” do Glorioso, deixar para pensar “apenas no ano que vem”. Há quem prometa, repito. Mas não há quem consiga. O sentimento Botafogo é muito maior do que as nossas possibilidades de tentar controlá-lo.
A partir desta segunda-feira, dia 4, o torcedor começa a acompanhar as caras novas do Fogão para 2016. Como era esperado – e justifica-se pelo momento financeiro delicado vivido pelo clube – nenhum nome a princípio empolgante foi anunciado. O Glorioso, de tantos craques, será “El Fogón” nesta temporada. A aposta no mercado sul-americano, por conta dos valores e condições atraentes para a realidade alvinegra, vai direcionar os rumos da equipe comandada por Ricardo Gomes. Diogo Barbosa, Bruno Silva, Emerson, Damián Lizio, Pedro Larrea, Gervasio Núñez e Joel Carli estão confirmados até o momento. Além desses quatro, mais um jogador estrangeiro pode pintar, caso a Ferj libere a utilização de cinco atletas de fora do país por partida (como já acontece nas competições nacionais).
Neilton, Renan Fonseca e Lindoso (sobre este último não tenho uma opinião concreta formada, mas acho que vale a aposta) permanecem, assim como o melhor goleiro do Brasil e ídolo Jéfferson. A limpeza que precisava ser feita no elenco de série B aconteceu, mas ainda me assusta a possibilidade de contarmos com atletas como Gegê e Octávio no elenco. E devo confessar que não me empolga uma nova aposta em Henrique Almeida para assumir a camisa nove. Não empolga, mas é compreensível. Vamos torcer para que o rendimento dele seja tão bom quanto foi no Coritiba, respaldado pelo pedido de Gomes. Ainda torço pela renovação de Luis Ricardo, que apesar das deficiências defensivas, é uma importante alternativa em meio à falta de opções para a posição no mercado. Mas sou capaz de apostar que, ainda durante esta temporada, o talentoso Diego vai se firmar com a camisa quatro do Glorioso.
Por falar em Diego, é bastante válida a aposta na garotada da base. Nesses últimos anos o Botafogo disputou todos os títulos possíveis nas categorias inferiores, e essa rapaziada merece uma oportunidade no time profissional. A fábrica alvinegra de talentos voltou a funcionar, e em 2015, já apresentamos Fernandes, Luis Henrique e outros. Igor Rabello e Leandro possuem bastante potencial, e são dois dos nomes que futuramente podem dar alegrias ao torcedor.
Pode parecer loucura de minha parte, caros amigos. Mas, como somos todos Loucos pelo Botafogo, compartilho da mesma com vocês. Eu gosto quando o Glorioso é pouco comentado, e as expectativas são menores do que a nossa grandeza sugere. É exatamente neste momento, quando ninguém acredita, que essa camisa joga. A torcida joga. O espírito de nossos craques e a força da história de um dos 12 maiores clubes de todos os tempos aparece. Foi assim em 1995, quando aquele elenco, a princípio desacreditado, coloriu o Brasil com o preto e o branco e fez brilhar no céu a incomparável Estrela Solitária. Em 2016 o clube completa 21 anos daquela conquista. É bom não duvidarmos de certas coincidências quando o assunto é Botafogo...
Com nomes de peso ou não, sendo considerado pela mídia favorito ou não, o terno alvinegro já está pronto. Aquele mesmo que não se veste, e sim, tem-se a honra. Envergar aquela Estrela no lado esquerdo do peito é algo inexplicável. Torcer pelo Glorioso, aliás, é indescritível. A magia e a energia que movem o botafoguense fazem acreditar no impossível, no imperfeito, no inesperado. Até porque, em se tratando do clube Mais Tradicional do país, tudo é possível, perfeito e absolutamente esperado. Tudo! É melhor começarmos a preparar o nosso Manequinho, em frente á sede histórica de General Severiano. Vestiremos ele com o manto novamente, como sempre acontece depois das nossas conquistas. Ninguém sabe comemorar como o alvinegro... Exatamente porque ninguém ama tanto um clube de futebol como o botafoguense!
Feliz 2016, família alvinegra! Voltamos na próxima semana...
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