Colunas
O time 9,99
O Botafogo que a gente conhece e aprendeu a gostar. Aquele que é organizado, tem posse de bola, marca forte e possui identidade. O mesmo que perde jogos improváveis, mesmo quando domina o adversário e cria chances o suficiente para, no mínimo, empatar. Historicamente, esse é o alvinegro de General Severiano! Não se entende. Apenas se aceita e se ama.
O Botafogo que a gente não conhece e não pode gostar: o time do 9,99. A “promoção” estampada na camisa Mais Tradicional do País não ficou bonita. E o pior é que renderá míseros 50 mil reais por duas partidas. Esqueceram eles que se trata de um dos maiores clubes de todos os tempos, segundo a Fifa? Talvez sim, talvez não. A necessidade e o fato de ainda não ter um patrocínio máster não podem ser desprezados. Ter um anunciante forte seria 10! Mas por enquanto somos 9,99... Assim como ter um jogador diferenciado, capaz de resolver um jogo, seria 10! Mas nosso time, por enquanto, é 9,99.
Sobrou disposição, organização, aplicação e faltou talento. Quem dera se na vaga de Ribamar tivesse o Botafogo um Dodô, por exemplo. Nada contra o garoto, que possui um potencial interessante a ser desenvolvido. Mas enquanto não desenvolve, o Glorioso paga o preço. No mínimo em uma das três bolas que o Riba recebeu de costas para o gol, mas com espaço para trabalhar ou finalizar, um atacante diferente teria guardado. A falta desse diferente, daquele que foge do senso comum é uma das poucas reclamações sobre o Botafogo a serem feitas no clássico. O restante é conhecido do torcedor.
O alvinegro, consciente, sabe das limitações financeiras do clube. E reconhece também os limites de quem hoje veste a gloriosa camisa. Diogo fez um jogo ruim, e Gegê foi bastante burocrático. O Lindoso foi o mesmo de sempre, e Diego apenas regular. Airton e Carli continuam bem, assim como Bruno Silva, e Salgueiro permanece subindo na escala da evolução. Bom jogo do nosso camisa 10 em termos de movimentação, distribuição e até alguns desarmes interessantes. Decisivo ele nunca foi, nem em seu auge no Olímpia. Mas é uma peça interessante. Como poderia ser Neilton... Em poucos minutos, no entanto, o atacante mostrou porque Ricardo Gomes ainda o mantém no banco.
Não irei ocupar as preciosas linhas de minha coluna para escrever sobre arbitragem. Quem acompanha futebol sabe que a combinação Vasco + São Januário tem como resultado provável arbitragem confusa e questionável. Rodrigo fez pênalti, deu carrinho por trás já com cartão amarelo recebido em um lance anterior, falou o tempo todo com o juiz. Resultado? Não teve penalidade, não teve expulsão e o capitão vascaíno terminou o jogo ileso. Não reclamarei mais. Apenas fico com as imagens, disponíveis a todos.
De fato, a primeira derrota do Botafogo na temporada não provoca questionamentos além do natural. O time convenceu sem vencer, e isso é um ponto positivo. O Glorioso perdeu para as próprias limitações, mesmo dominando o rival dentro de sua própria casa. Há mais motivos para comemorar do que lamentar, apesar dos pesares. Mas para o 9,99 virar 10 ainda faltam reforços, e dentre eles, alguém capaz de resolver. De dar o toque de talento à organização e identidade do time de Ricardo Gomes. Sigamos em frente...
Saudações Alvinegras!
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário