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Nosso Loco amor
Quase cinco anos se passaram desde que Loco Abreu entrou em campo pela última vez com a camisa do Botafogo. No entanto, nada mudou. O sentimento dos alvinegros e do jogador uruguaio continua intacto, preservado dentro de milhares de corações que parecem pulsar no mesmo ritmo. Do amor, do reconhecimento. Da idolatria. Prova disso foi a recepção preparada para o uruguaio pelos botafoguenses de Nova Friburgo, através do grupo Abrace o Botafogo. Quase 500 pessoas compareceram à quadra da Vilage no Samba na noite do último dia 27 para receber o atleta de 40 anos de idade. Além da chance única de abraçar o ídolo, o evento resultou em quarenta novas adesões ao sócio-torcedor e 30 cadeiras adquiridas no setor Oeste do alvinegro Estádio Nilton Santos. Palmas para o Abrace!
Este que vos escreve teve a felicidade e a oportunidade de preparar um texto para homenageá-lo. As palavras foram acompanhadas pela narração deste autor e por imagens, algumas das muitas inesquecíveis de Loco Abreu com a camisa Mais Tradicional do Brasil. Durante o abraço e o "muito obrigado", com o bom sotaque preservado, houve tempo para uma breve viagem. Para uma enorme saudade... E para a pergunta: quem deve agradecer? Claro que nós, alvinegros, botafoguenses. Locos! Compartilho com vocês a homenagem na Coluna Estrela Solitária desta semana:
"É possível definir um Loco amor? É coisa de Loco, de Botafogo. O Botafogo é Loco, e Loco é Botafogo. E se a loucura veste preto e branco, General Severiano possui um “quê” de hospício. E por que não? “Parado na esquina”, do casarão histórico, do estádio Nilton Santos ou do Maracanã, eu viajo pela cavadinha toda vez que olho para o muro dos ídolos. Ou lembro que debaixo de qualquer camisa que ele vista há sempre a Estrela Solitária. Ele sabe que pra jogar no Botafogo tem que ter... Sim, tem que ter tudo e mais um pouco. Ele teve. Ele tem. Foram 106 jogos e 63 gols. Sessenta e três motivos para fazer de cada alvinegro um pouco mais Loco!
O sentimento Botafogo move a existência de cinco milhões de pessoas. Os momentos difíceis apenas reafirmam todo esse amor que jamais vai ser calado. Numa breve analogia com a vida, o Botafogo seria a maturidade para aceitar que tudo é perfeitamente imperfeito; os obstáculos, quando mais parecerem insuperáveis, são vencidos. O Botafogo é a certeza de que, apesar de todas as incertezas, não há nada errado. Aqueles que desafiam a lógica menos lógica existente é que está equivocado. Louco como Loco.
Louco como Washington Sebastián Abreu Gallo. Quem vive o Botafogo sabe: a história é apaixonante. Começa com o capítulo das crianças, em uma sala de aula, passa pela Alegria do Povo, pelas páginas de uma Enciclopédia e é eternizada diariamente por milhões de brasileiros. Na capa deste livro Glorioso, uma Estrela Solitária, que parece se multiplicar em outras centenas de estrelas: os nossos ídolos. Loco Abreu compõe a parte celeste da constelação. A parte que tira o nosso fôlego até hoje quando revemos a histórica cavadinha: na viagem da bola viajamos como passageiros de um amor incondicional, que tinha naquele momento, eternizado mais um personagem.
Loco chegou num momento não muito positivo, logo após a perda de três cariocas por erros de arbitragem. E transformou a desconfiança do alvinegro em esperança; a expectativa em felicidade. Com a sua simpatia e carisma retocadas por uma boa dose de sinceridade e, convenhamos, frieza, ajudou na recuperação da auto-estima do botafoguense. E mais: é o responsável pela escolha de milhares de pequenos alvinegros, que consolidaram a paixão exatamente pelo brilho do uruguaio mais carioca que já existiu.
O nosso Loco amor, recheado de histórias e momentos, nos faz viajar aos tempos do melhor Botafogo. Aquele que eu e todos vocês gostamos e conhecemos. O Glorioso que a gente abraça. Abrace o Botafogo! O Botafogo de Loco Abreu, o Loco Abreu do Botafogo. Obrigado, eterno ídolo! Pelos gols, pela cavadinha, pelas frases, momentos, por entender o que é o Botafogo. Por respeitar e fazer sorrir a torcida mais apaixonada do Brasil. El Loco! El Botafogo! Loco somos todos nós..."
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