Deixe que pensem, que falem...

sábado, 19 de agosto de 2017

Botafogo, meu destino... E que destino, obstinado, talvez até sem destino. Nunca pedimos nada, na verdade. Aceitamos o Botafogo do jeito que ele é, e não mudaríamos nada. Não torcemos, vivemos. Apoiamos, criticamos sim, é verdade, porque quem ama cuida. Quem ama deseja o melhor, ainda que nem sempre esse melhor seja compreensível para um simples ser humano. Mas o botafoguense não é simples, e sim complexo, completo.

Não se compara. E exatamente por isso nunca foi preciso apoio da mídia, invenções, ajudas externas. Absolutamente nada. O Botafogo cai e levanta, vence e tropeça com a cabeça erguida. Renasce quantas vezes for preciso, e mais forte, por que é Gigante. E a cada renascimento incomoda.

O clube que é Mais Tradicional escolhe os seus torcedores. E por isso nunca fomos massa. Massa de manobra. Daquela parte que acredita em tudo o que é noticiado, e dentro do universo da própria ignorância transforma grandes mentiras em verdades absolutas. Esse grupo é apenas reflexo de um país onde o nível intelectual e cultural é ínfimo. A quem interessa um povo com capacidade de raciocinar, entender, debater e questionar?

O futebol virou um grande negócio a partir do momento em que se percebeu o quão lucrativo é mexer com a paixão do povo brasileiro, das grandes massas desprovidas de esclarecimento, manipuladas por ideias e ideais que se perpetuam quase que de forma invisível ao longo dos anos. O advento das grandes mídias e redes sociais e o acesso quase irrestrito às informações são elos que unem e solidificam o baixo nível cultural, a falta de investimento em educação e a consequente - e imediata - aceitação das ideias propagadas. O brasileiro, hoje, não possui uma identidade. Ele é multifacetado, mutante, manipulável. 

O alvinegro que lê esse texto, diferenciado como é, entende perfeitamente o que o autor explica. Aqui não existe menosprezo a absolutamente ninguém ou a nenhuma instituição, e sim, uma crítica à imposição de “verdades” criadas a partir de grandes heresias, todas elas com segundas e terceiras intenções. Não só no futebol, obviamente. Essa é uma realidade presente na economia, na sociedade de uma forma geral e, principalmente, no meio político. Como escreveu Voltaire, a educação é uma descoberta progressiva de nossa própria ignorância.

Os episódios da caixa de som, da repercussão de uma simples opinião do técnico Jair Ventura, a acusação falsa de que a diretoria do Botafogo teria mandado fechar o portão da torcida visitante são verdadeiros atos de irresponsabilidade. A mídia que publica esse tipo de inverdade é a mesma que repudia a violência nos estádios e no dia a dia do nosso país. Mas não estariam eles contribuindo para esse tipo inaceitável de manifestação?

Qualquer que seja a intenção ao veicular essas informações não justifica as possíveis consequências. E isso vai muito além do futebol. É preocupante, de verdade. Mas como a nossa Coluna trata exclusivamente de Botafogo, não vou me alongar. Talvez não seja o melhor momento de debater, de falar ou questionar. Deixe que pensem, que falem... O tempo é o senhor da verdade.

Saudações alvinegras e até a próxima!

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