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Cadê você?
Cadê você? Perguntam. Aqui estou. Aqui estamos. Lá sempre estivemos e estaremos. Em todas as partes, em todos os momentos. Registrando dois dos quatro maiores públicos do futebol brasileiro neste início de ano e, consequentemente, uma das melhores médias. Estamos no estádio Nilton Santos, levantando 18 mil peças, dentre os 30 mil presentes, para dizer que o Botafogo é a vida de cinco milhões de apaixonados.
Cadê você? Perguntam. Estamos lá, na lista de 12 maiores clubes de todos os tempos do futebol mundial, segundo a FIFA. Estamos viajando pela América apenas para reafirmar o quanto somos gigantes aos olhos do mundo do futebol. Chilenos e, na próxima quarta-feira, paraguaios se rendem a uma das mais belas histórias de um clube desportivo.
Cadê você, justiça? Para punir todos os responsáveis pelas cenas de vandalismo no clássico da rivalidade, sem importar a camisa que vestem. Para ouvir os dois lados envolvidos e desmentir alguns equívocos cometidos por parte da imprensa quanto à origem da briga. Os fins não justificam os meios, e nesse caso não há defesa para lado algum. Mas querer defender um lado em detrimento de outro, qualquer que seja ele, é no mínimo imoral. Quanto à postagem na rede social? Prefiro não comentar, mas até o presidente do lado adversário reprovou. Mas não é esse o objetivo do texto. Convenhamos também que, depois de dois anos e meio, precisavam comemorar a suada vitória sobre os reservas do Glorioso.
Cadê você? Perguntaram. Com time reserva, sem chances de classificação e com o foco total na Libertadores nós estávamos lá. E o bicho só não foi certo mais uma vez porque o travessão parou o time comandado por Jair Ventura. Ou por conta das duas desatenções da defesa alvinegra que deram origem aos gols. Até o treinador adversário ficou espantado com o desempenho da equipe. Nem precisava. A história mostra que o clássico quase sempre tem o lado alvinegro superior, especialmente quando fatores externos não interferem.
Cadê você? Perguntam eles... Estávamos garantindo o nosso passaporte para, mais uma vez, voarmos no avião de Rodrigo Pimpão. Voar de bicicleta, como se ela tivesse asas. As asas da imaginação do torcedor botafoguense, que já permitem sonhar um pouco mais. Primeiro com a fase de grupos, objetivo para o qual há um empate de distância. E depois não se sabe. Mas o espírito da equipe indica. Vai longe. Na Libertadores ou em qualquer outro campeonato. Não é um time infalível, impecável ou que não precise de reforços. Mas é o Botafogo. Que vence qualquer outro grande do continente. Que é respeitado como Botafogo.
Cadê vocês, Montillo e Carli? O primeiro, lesionado, conta com a nossa torcida por um breve retorno. Joga muito, é diferenciado. É experiente. O segundo está voltando, mas tem em campo, já neste momento, o pupilo Marcelo. Grande revelação! Como joga bola. É cria do Botafogo. Conhece o clube e seu tamanho, e por isso, não sente o peso da Libertadores. A competição é que sente a força do clube e da torcida.
Cadê vocês? Insistem em perguntar. Estamos encantando o mundo desde 1904, somos o Glorioso desde 1907 e um dos gigantes do futebol mundial desde sempre. Estamos preparando a ida ao Paraguai, cada um com a sua Estrela Solitária no peito, como se ela pudesse ser desmembrada em várias outras, formando uma constelação de estrelas. Talvez sem a nossa atual estrela, Montillo, mas com o maior respaldo que poderíamos ter: a camisa do Botafogo. Como pesa! Como faz diferença...
Cadê você? Estamos na história, fazendo história, escrevendo novos capítulos. Gloriosos como o Glorioso. Com doses de emoção, às vezes com um pouco de sofrimento. Mas sempre como Botafogo. Do jeito que nós amamos. Sem fazer alarde, no nosso canto, evoluindo. O clube que “iria acabar” em 2014, que não subiria no ano seguinte, que seria rebaixado no ano passado e não ficaria entre os classificados para a Libertadores está quase na fase de grupos da competição. Vencendo equipes de peso equivalente do continente, e dando show nas arquibancadas. Crescendo no ranking de sócio-torcedor. Estamos e estaremos sempre aqui.
Saudações alvinegras, e até a próxima!
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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