A Voz do Rio - 28/12/15

Prioridade

Em meio à crise nos hospitais do Rio, a Secretaria estadual de Saúde deixou de fornecer material para a UPA de São Gonçalo para economizar para as Olimpíadas. Em maio, o Instituto dos Lagos Rio, organização social que opera a UPA, pediu ao órgão oito reanimadores ambulatoriais para adultos, utilizados em pacientes com problemas respiratórios. A secretaria só respondeu este mês, informando que o material em estoque está bloqueado pela Subsecretaria de Unidades de Saúde para os Jogos Olímpicos de 2016. O despacho é assinado pela Coordenadora Geral de Abastecimento Material e Medicamentos, Glória Sardenberg.

Dia de fúria no Mama Rosa

Tal qual no filme estrelado pelo ator Michael Douglas nos anos 90, um morador de Laranjeiras teve “um dia de fúria”. Irritado ao saber que não poderia pagar a pizza, que pediu para ser entregue em casa, com cartão de crédito, o decorador, de 39 anos, discutiu por telefone com uma atendente da cantina italiana Mamma Rosa, onde tinha feito a encomenda, e disse que iria até o local efetuar o pagamento pessoalmente. Mas, depois de pegar um táxi e saltar na porta do restaurante, perdeu o controle e quebrou tudo o que viu pela frente no restaurante.

A boa do verão

O mirante ao fim da trilha do Morro Dois Irmãos é o novo local que caiu no gosto dos cariocas neste verão. E realmente é de deixar qualquer um boquiaberto: lá do topo estão num mesmo ângulo o Corcovado, a Lagoa Rodrigo de Freitas, a enseada de Botafogo e o Pão de Açúcar, além das praias de Copacabana, Arpoador, Ipanema e Leblon. Sem falar da Pedra da Gávea, São Conrado, Rocinha e Jardim Botânico praticamente aos pés. O visual tem atraído um número crescente de visitantes. Para chegar a esse pedacinho do paraíso, o caminho começa no alto do Vidigal.

A segunda boa do verão

Cariocas estão redescobrindo o prazer de frequentar os clubes da cidade. Com o aumento da violência e a onda dos arrastões nas praias, os clubes encontraram uma nova maneira de arrecadar durante a crise. Mesmo os clubes mais tradicionais, como o clube do Flamengo, na Gávea, e o Fluminense, em Laranjeiras, aderiram ao movimento de ‘sócio contribuinte”. Por R$ 100 por mês, diversas pessoas, entre jovens e adultos, têm lotado as piscinas dos dois clubes de segunda a domingo.

Um pouco de malandragem

O filho da cantora Cássia Eller, Francisco Eller, o Chicão, de 21 anos, foi detido durante uma operação do Lagoa Presente, na última sexta-feira, com um cigarro de maconha. Os policiais contaram que o jovem tentou desviar o caminho, atravessando a Rua Borges de Medeiros, na Lagoa, chamando atenção da equipe criada para dar “segurança” ao local. O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon), como porte e uso de drogas para consumo próprio. O jovem foi liberado em seguida e o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal. Ao deixar a delegacia, um dos inspetores brincou com Chicão parafraseando a música da mãe: “peça a Deus um pouco mais de malandragem...”

A bola da vez

Bem verdade é que o cantor Diogo Nogueira (e ex-jogador de futebol), de 34 anos, foi eleito o “novo menino do Rio”. Ele ganhou recentemente um Grammy Latino de melhor canção brasileira com a música “Bossa Negra”, em parceria com Hamilton de Holanda. Foi também uma das atrações principais nos festejos de inauguração do Museu do Amanhã e estará presente no palco do réveillon de Copacabana com o musical Sambra.

Salvando Pezão

O prefeito Eduardo Paes depositou semana passada cerca de R$ 25 milhões, do fundo municipal, nas contas de organizações sociais e outros fornecedores que prestam serviços nos hospitais estaduais Albert Schweitzer (Realengo) e Rocha Faria (Campo Grande). O repasse faz parte de um acordo fechado com a participação do governo no qual o município se comprometeu a emprestar recursos ao estado para tentar normalizar o atendimento nas duas unidades. Na última quinta-feira, Paes mostrou-se insatisfeito com a pressão e o olho gordo no seu caixa: "vamos ver até onde isso vai..."

Atritos e desatritos

O mau-estar entre o judiciário do Rio e o governo permanece. Isso porque o presidente do Tribunal de Justiça esteve em Brasília para pedir ao STF uma liminar para que o estado pague o salário de dezembro até o dia 30. Ao saber da notícia, Pezão disse que o presidente do Tribunal não estava entendendo a crise do estado, que afeta os hospitais e que não daria privilégio para juízes e funcionários do TJ, que receberiam também  no dia 7 de janeiro com os outros servidores do estado. Mas aí, o desembargador rebateu e jogou na cara de Pezão que o Fundo Especial do Tribunal emprestou ao estado R$400 milhões em dezembro de 2014. O tom de Pezão, então, mudou. Ele afirmou que vai recorrer de todas as liminares, mas fez questão de negar atritos com o Judiciário.

No mais...

Após o pedido ao STF feito pelo TJ, a OAB do Rio repudiou veementemente a ação dos magistrados, dizendo que eles que agiram em causa própria ao pleitear o pagamento dos seus salários antes dos vencimentos dos demais servidores. Vale lembrar que os magistrados tem salários muito acima da média do funcionalismo. A OAB defendeu que todos devem receber seus vencimentos em dia, mas considerou também que, ao demandar privilégios num cenário como o atual, os juízes estaduais agem de forma nada solidária com o corpo de servidores, reforçando a tese de que o Poder Judiciário ainda precisa passar por um processo de “republicanização”.