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A Voz do Rio — 15/06/2015
De braços abertos
O aumento do fluxo de refugiados que chegam de mais de 80 nacionalidades procurando abrigo no Rio de Janeiro tem chamado atenção. De julho de 2014 até junho de 2015, o montante saltou de 1.542 para 6.547, um aumento de 425%. Entre os refugiados que desembarcaram em terras cariocas estão pessoas da República Democrática do Congo, Colômbia, Nigéria, Haiti, Senegal, Irã, Paquistão, Síria, Afeganistão, e Burkina Faso. A maioria é composta de homens adultos, apesar da presença de mulheres grávidas e com crianças. Eles alegam que estão fugindo de guerras civis propagadas por grupos paramilitares como o Boko Haram e o Estado Islâmico, além da miséria.
Pintura de ouro
A prefeitura do Rio anunciou que os Arcos da Lapa, um dos principais cartões-postais da cidade, passarão por uma nova pintura para ficarem “branquinhos”. A última pintura foi em agosto de 2014. O valor será de R$ 1,4 milhão. O carioca espera que, desta vez, o dinheiro gasto possa durar um pouquinho mais. A sortuda empresa que ganhará mais de R$ 1 milhão pra jogar tinta branca na estrutura ainda está sendo escolhida. A tinta deve durar uns seis meses, mas o valor pago enriquecerá a empresa para o resto da vida.
Meia década
Depois do acidente envolvendo um bondinho em Santa Teresa, que deixou seis mortos e 56 feridos em 2011, lá se vai meia década e o governo ainda não conseguiu devolver o patrimônio para o tradicional bairro carioca. Moradores sobem e descem a pé as ladeiras para fazer compras ou levar os filhos aos colégios. Sempre quando uma etapa termina, as obras são reiniciadas por causa de um “erro de cálculo”, quando mais dinheiro é gasto para refazer as mesmas coisas. Já falei aqui sobre a reconstrução de uma cidade do Japão que, devastada por um terremoto, refez 17 quilômetros que cederam em 48 horas. Em Santa Teresa, já vamos para o sexto ano. Que vergonha!
Beija-Flor quer Carnaval mais leve em 2016
Depois de receber duras críticas pelos milhões recebidos da ditatorial Nova Guiné Equatorial, mesmo sagrando-se campeã de 2015, o diretor de Carnaval da Beija-Flor, Laíla, quer para 2016 um desfile “mais leve”. “Tenho visto muitas coisas que não tem nada a ver sendo incluídas nos desfiles, e acho que muitas vezes isso é negativo.” Mas, questionado se teria sido normal receber R$ 10 milhões da Nova Guiné Equatorial para realização do último desfile, Laíla respondeu: “Não vejo problema. Se existe ditadura naquele país, não somos nós que financiamos”. Então tá bom...
Minha arma, minha vida...
Ela existe para zelar pelo patrimônio público, resolver problemas de ordenamento de pequeno porte, assim como pequenos delitos. Ela é Guarda Municipal, que virou tema de um grande debate no estado. Armar ou não armar, eis a questão. A prefeitura do Rio é contra, enquanto a de Niterói é a favor. Outras prefeituras estudam a proposta; entre elas a de Nova Iguaçu, Maricá, Duque de Caxias, Teresópolis, e nossa amada Nova Friburgo. No caso destas duas últimas, para que, eu não sei... Os camelôs estão com medo.
Infraestrutura
O governador Luiz Fernando Pezão e o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, acompanharam semana passada, em Brasília, o lançamento da nova etapa do Programa de Investimentos e Logística (PIL) do governo federal para o período 2015-2018. O Rio Janeiro foi um dos mais beneficiados pelo anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff e pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). O novo programa de concessões tem investimentos da ordem de R$ 198 bilhões. Deste montante, R$ 66,1 bilhões serão destinados para rodovias, R$ 86,4 bilhões para ferrovias, R$ 37,5 bilhões para portos e R$ 8,5 bilhões para aeroportos.
Se o transporte vai bem...
Os indicadores de sustentabilidade do Rio vão mal. De acordo com o ranking nacional de competitividade produzido pela FGV, o Rio é o 298 colocado. Foram levados em consideração a pobreza e a desigualdade, qualidade das moradias e o saneamento básico. Já a educação também amargou um péssimo lugar: 101. Sem falar na saúde, que tragicamente ficou em 92.
Boulevard Olímpico
Nem tudo é tristeza. A prefeitura do Rio anunciou que, após revitalizada, a Região Portuária será o principal palco para que os cariocas e turistas acompanhem, de graça, as competições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016. O espaço terá alimentação “food trucks”, apresentações artísticas e shows de MPB entre uma prova e outra. Mas, a principal prova mesmo, será terminar as obras até lá. Literalmente, é pagar para ver...
No mais...
Não está fácil para ninguém. Na semana passada, o ator Bruno Gissoni, que interpreta o Guto, em Babilônia, na TV Globo, foi assaltado enquanto curtia o pôr do sol na Praia de Ipanema com os amigos. Em depoimento na delegacia, ele disse que foi abordado por homens armados que roubaram R$ 200. Ele disse que ficou surpreso... Eu, não.
Alessandro Lo-Bianco
A Voz do Rio
Pai da Valentina, Alessandro foi repórter da Band News, revistas da Editora Abril, Jornal O Dia, Portal IG e Último Segundo. Atualmente é repórter do Jornal O Globo e ventila aqui na serra, todas as segundas-feiras, um pouquinho da maresia carioca.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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