A Voz do Rio - 09/11/15

segunda-feira, 09 de novembro de 2015

Impunidade
Os PMs envolvidos na morte do menino Eduardo, de 10 anos, no Complexo do Alemão, seguem realizando serviços administrativos na UPP desde o dia do crime, em 2 de abril deste ano. O delegado Rivaldo Barbosa, responsável pela Divisão de Homicídios anunciou que os dois não foram indiciados porque ‘‘agiram em legítima defesa e não tinham a intenção de atirar no menino”. O inquérito pede o arquivamento do caso pelo Ministério Público estadual. A decisão de inocentar os PMs agora está nas mãos do promotor Homero Neves de Freitas, do MP.

Sem ruído
O Aeroporto Santos Dumont ficará fechado parcialmente durante as Olimpíadas. De 8 a 18 de agosto, o terminal não funcionará entre 12h30m e 17h10m. Segundo as companhias 104 voos serão cancelados por dia. O fechamento acontece em razão das provas de vela, pois era uma exigência dos organizadores do evento, levando em conta pedido da Olympic Broadcasting Services, responsável pela captação das imagens que serão distribuídas para todas as emissoras de TV do Brasil e do exterior. Segundo o Comitê Rio 2016, as imagens das competições de vela na Baía de Guanabara serão vistas por cerca de cinco bilhões de telespectadores. É melhor obedecer...

Negligência
Nem mesmo o fato de ter trabalhado por sete anos no hospital onde procurou socorro livrou a técnica em enfermagem Elizângela Medeiros Gonçalves de um dos maiores descasos no atendimento. Com dores no peito e falta de ar, ela recorreu ao Hospital estadual de Saracuruna, em Duque de Caxias, mas foi liberada. Um médico disse que se tratava de “frescura” e que ela estaria apenas atrás de um atestado. Elizângela, que tinha 35 anos e era hipertensa, gravou, em seu celular, um áudio no qual denunciou o mau atendimento. Ela continuou se sentindo mal por mais três dias e passou por um outro hospital e uma UPA, onde acabou morrendo. Elizângela morava com o marido e dois filhos, de 8 e 14 anos, em Nilópolis e fazia faculdade de enfermagem.

Para onde vai?
Com 2.412.999 multas aplicadas nos dez primeiros meses do ano, o Rio pode fechar 2015 com mais um recorde histórico de infrações nas vias da cidade, desde a entrada em vigor do Código de Trânsito Brasileiro, em 1998. Na média, são 241,2 mil registros por mês. Um aumento de 2,29% em relação a 2014, quando foram contabilizadas 2.830.110 infrações, ou 235,8 mil por mês. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), mais de 50% das multas são por excesso de velocidade. Desde 2009, a arrecadação com multas em valores nominais superou R$ 1 bilhão, já descontadas as comissões pagas às empresas que operam os equipamentos de fiscalização eletrônica. Os dados abrem um debate entre especialistas sobre como a prefeitura investe os recursos obtidos com multas de trânsito. A pergunta fica no ar: se a intenção é educar o motorista e não simplesmente arrecadar, as punições estão surtindo efeito?

Crise
Os helicópteros do Corpo de Bombeiros do RJ não estão operando devido a um atraso no pagamento à empresa que fornece os componentes (peças) das aeronaves. Dos quatro helicópteros da corporação, três não estão decolando devido ao problema e um já estava em manutenção há mais tempo. Na Polícia Civil, as três aeronaves da corporação estão em manutenção. Na Polícia Militar, preferi nem perguntar.

Racismo
Desde a inauguração, em 2011, de uma ouvidoria específica para receber denúncias de racismo e injúria racial, 2.165 casos já foram relatados ao Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. O número vem crescendo a cada ano: 219 episódios em 2011; 413 em 2012; 425 em 2013, e 567 em 2014, o que representa um aumento de 158% durante o período. Este ano, até outubro, já foram atendidos 541 denunciantes.

Cruzeiros
O mar do Rio está para cruzeiros. Na semana do próximo carnaval, a cidade vai receber, por via marítima, 85% mais turistas do que em 2015: serão 130 mil e 30 atracações de navios no Pier Mauá em 2016, contra 70 mil passageiros e 14 chegadas este ano. Sete atracações serão de navios provenientes de cidades do Brasil; as demais, dos Estados Unidos, do Japão e de países da Europa.

Escassez
Como se não bastasse a ameaça da dengue, o próximo verão — que começa em dezembro e vai até março de 2016 — terá outros inimigos implacáveis: a escassez de chuva e a elevação do preço da energia elétrica. Embora desde o início de setembro tenha chovido mais do que a média histórica no estado de São Paulo, onde fica o reservatório de Paraibuna, o principal do sistema que abastece 9,4 milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio, a situação segue bastante complicada. Autoridades não descartam a possibilidade de racionamento no Rio, justamente no período das Olimpíadas, caso a seca persista até lá.

Segurança
O entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas e do Parque do Flamengo e mais de 20 ruas do Méier contarão, a partir de 1º de dezembro, com um novo modelo de policiamento em parceria com a iniciativa privada. O sistema Fecomércio (Federação do Comércio do Estado do Rio) vai financiar, por dois anos, um projeto para reforçar o policiamento. Ao todo, 363 PMs da reserva e jovens que acabaram de deixar as Forças Armadas, após cumprir o serviço obrigatório, vão patrulhar as áreas a pé, de carro, bicicleta ou moto. O modelo é inspirado no programa Lapa Presente. A Fecomércio, que ficará responsável por pagar os salários e uniformes das equipes, investirá R$ 44 milhões ao longo do projeto — R$ 22 milhões por ano. Por sua vez, o governo do estado fornecerá armas e veículos.

Seis minutos
Este ano, a cada seis minutos, uma pessoa acusada de cometer algum delito foi levada a uma delegacia do estado. De janeiro a setembro, 70.017 cidadãos entraram em unidades policiais na condição de presos. Mais da metade, porém, foi liberada logo em seguida. Desse total, 25.718 (36,73%) foram flagrados por uso de drogas, embriaguez ao volante, lesões corporais, jogar no bicho ou fazer ameaças, e libertados imediatamente após a autuação. Outros 11.718 (16,73%), também acusados de crimes de menor potencial ofensivo, foram soltos após pagamento de fiança ou por decisão do delegado.

NBA na Rocinha
O Complexo Esportivo da Rocinha será a casa do basquete no Rio de Janeiro no ano dos Jogos Olímpicos. O espaço, administrado pela Superintendência de Desportos do  Rio(Suderj), é uma das sedes do primeiro projeto do Jr. NBA no Brasil, programa global de basquete infanto-juvenil, que irá tazer  a escolinha de basquete da liga norte-americana para o Rio. De janeiro a dezembro de 2016, cerca de 100 crianças e jovens, entre 10 e 16 anos, terão aulas semanais ministradas por técnicos preparados pela NBA, que também vai fornecer todo o material de treinamento: bolas, uniformes e tabelas. Antes do início do programa, a NBA dará outro presente para a comunidade: a reforma completa da quadra da Rocinha.

AquaRio
Cerca de oito mil animais darão vida ao AquaRio, na zona Portuário do Rio, que terá um quê de ficção na linha Steven Spielberg. Na entrada, o visitante verá no teto a ossada de uma baleia, com 13 metros de comprimento. Em seguida, haverá um auditório inspirado em parques da Disney. Numa tela como a de um cinema, aparecerá uma tartaruga, que vai “conversar” com o público. Serão 28 tanques de visitação, com capacidade para 4,5 milhões de litros de água salgada (o equivalente a quase duas piscinas olímpicas). Só o Recinto Oceânico — o maior deles, onde o visitante poderá mergulhar, inclusive em meio a tubarões — comportará 3,5 milhões de litros.

Mais pets
O Sudeste é a região com o maior número de animais de estimação do Brasil. O Rio de Janeiro figura em quinto lugar no ranking nacional e em terceiro da região. Com 8,3 milhões de bichos domésticos, o estado representa 6% do total nacional, que já soma mais de 132,4 milhões, revela levantamento de 2013 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o apoio do Instituto Pet Brasil (IPB). Os fluminenses possuem mais de 3,4 milhões de cães, 2,4 milhões de aves, 1,4 milhões de gatos e um milhão de peixes. As três primeiras posições do ranking são ocupadas por São Paulo, com 23% dos pets do País.

No mais
Quem nunca matou a fome comendo um pedaço de carne ou mesmo um salsichão numa churrasqueira de rua que atire o primeiro palito. O prefeito Eduardo Paes publicou decreto legalizando a atividade na cidade. O processo de licenciamento será por etapas e vai começar pelos vendedores da Zona Norte, em cadastro a ser concluído até dezembro. A informação é do secretário da Ordem Pública, Leandro Matieli, ele mesmo fã de um prato de carne com molho e farofa. Mas contou que, há dois anos, quando passou a atuar na Seop, que fiscaliza atividades informais, foi forçado a abandonar o hábito.

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Alessandro Lo-Bianco

A Voz do Rio

Pai da Valentina, Alessandro foi repórter da Band News, revistas da Editora Abril, Jornal O Dia, Portal IG e Último Segundo. Atualmente é repórter do Jornal O Globo e ventila aqui na serra, todas as segundas-feiras, um pouquinho da maresia carioca.

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