Colunas
Violência deixou mais alunos sem aula do que ocupações
Violência
A quinta-feira foi de intensa violência no Morro da Providência, no Centro da cidade. Um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e cinco suspeitos morreram. Outros quatro homens, dois deles também policiais militares, foram baleados durante as ações. Cinco horas depois, policiais receberam a informação de que suspeitos armados estariam próximo à linha férrea da comunidade. Por volta das 23h, os PMs foram ao local e teve início um novo fogo cruzado, quando mais um criminoso morreu e outro suspeito foi baleado em uma das coxas. No mesmo tempo, outro subtenente da PM era assassinado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, quando abastecia o carro num posto de gasolina.
Sem aulas
Cerca de mil alunos ficaram sem aulas. Mas não foi por causa de ocupações e manifestações estudantis contra o governo. E sim em decorrência do tiroteio desencadeado com a operação policial na Providência. Desde janeiro de 2015, se fizermos as contas, os dias de aulas já foram mais suspensos em razão de operações policiais em comunidades do que em razão de manifestações dos alunos. Hoje, a investida contra o tráfico no Rio já deixou mais alunos fora das salas de aula do que qualquer outro motivo. Isso sim é defasar um calendário. Para termos uma ideia, no ano letivo de 2015 um levantamento da Secretaria municipal de Educação apontou que 128.915 alunos (19,7% dos 654.454 adolescentes e crianças atendidos pelas redes própria e conveniada da prefeitura) foram diretamente afetados pelos confrontos. Eles estudam nas 310 escolas (ou 19% do total de 1.625) que, até o fim de outubro, tiveram de fechar por pelo menos um turno devido à violência. Nem estou contando as estaduais.
E as ocupações...
Alunos de escolas estaduais, que integram o movimento de ocupação das escolas, voltaram a fazer uma manifestação no fim da manhã desta sexta-feira (6). A nova estratégia foi partir para a rua e ganhar atenção da população, que se dividiu com o cerceamento do direito de ir e vir. Isso porque os estudantes interditaram a Via Binária, no sentido Rodoviária Novo Rio, na Zona Portuária, e chegaram a ocupar a calçada em frente ao prédio da secretaria de Educação, que estava fechado. Na quinta-feira (5), mais de cem estudantes já haviam ocupado o prédio da secretaria de Educação. Eles deixaram o local após uma reunião com representantes da pasta que garantiram um encontro com o secretário de Educação, Antonio Neto, na próxima semana.
Friburgo – Nikiti
Niterói sempre foi uma excelente opção para friburguenses que descem a serra para estudar no Rio. A qualidade de vida e segurança sempre foi levada em consideração nesta escolha. Mas agora, esse pensamento não reflete mais a realidade da regão. A guerra entre facções criminosas de Niterói nos últimos meses já se reflete nas estatísticas. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o número de homicídios dobrou no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse é o pior resultado para o começo do ano em Niterói desde 2010. O friburguense que hoje mora em Niterói, sabe bem do que eu estou falando.
Mimimi
Cobrado pela crise no estado com o afastamento de Pezão que está em tratamento contra um câncer linfático, o governador em exercício Francisco Dornelles já começou a se defender alertando a aliados que vive um desafio sem precedentes. Dornelles teria dito a um outro político do Palácio que “tem a caneta nas mãos, mas lhe falta tinta”, num crítica a centralização das tomadas de decisões do estado que ainda estariam sendo despachadas de dentro do Hospital em que Pezão se encontra.
Tchau, Porcão!
Com os problemas que atingiram a rede do Porcão e o fechamento de diversas unidades, o ponto da churrascaria Porcão Rio's, no Aterro do Flamengo, já tem novo dono: o empresário gaúcho Jair Coser, sócio majoritário da rede de restaurantes de carnes Corrientes 348, que venceu a licitação para ocupar o local. Segundo o empresário, a ideia é transformar o local num minipolo gastronômico, com três casas de diferentes especialidades, investindo cerca de R$ 15 milhões na reforma do local. Ele também pagou R$ 8 milhões à prefeitura, pelo aluguel do espaço por 18 meses.
Salve-se quem puder!
Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) socorreu, nesta quinta-feira (5), oito órgãos e programas que estão com atividades comprometidas. Doações que totalizam R$ 16 milhões foram feitas em caráter emergencial. De acordo com o órgão, a verba sai do orçamento da Casa, que há mais de um ano tem cortado despesas, originando uma economia de R$ 169 milhões.
No mais...
Esmola. Depois de fazer duras críticas a falta de verbas e cortes nos programas de segurança, e até mesmo falar que já pensou diversas vezes em deixar a Secretaria de Segurança, o secretário Beltrame, responsável pela pasta, foi um dos “agraciados”. Ele recebeu um cheque de R$ 3,5 milhões para custear a alimentação de alunos e professores do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PMERJ. Os cursos tiveram sua carga horária reduzida em 50% devido à redução na comida.
Alessandro Lo-Bianco
A Voz do Rio
Pai da Valentina, Alessandro foi repórter da Band News, revistas da Editora Abril, Jornal O Dia, Portal IG e Último Segundo. Atualmente é repórter do Jornal O Globo e ventila aqui na serra, todas as segundas-feiras, um pouquinho da maresia carioca.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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