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Obras olímpicas são embargadas após onze mortes
Parou tudo!
O Ministério Público do Trabalho instaurou inquérito para investigar as condições de trabalho dos operários de quatro obras olímpicas e suspenderam os serviços. O pedido foi da Superintendência Regional do Trabalho do Rio, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, que embargou e interditou as construções, que ficam na Vila dos Atletas e no Parque Olímpico faltando menos de dois meses para a competição. Entre os dias 4 e 5 deste mês, aconteceram nos locais várias irregularidades que resultaram num embargo e quatro interdições. Entre os problemas estão o não pagamento de horas-extras, ausência de equipamentos de segurança, falta de vínculo empregatício e outros. Foram fiscalizadas 35 empresas. Em 15 meses, 11 trabalhadores morreram. Dá quase um trabalhador morto por cada mês de obra.
Bairro planejado
O Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, vai ganhar um novo bairro planejado. O “bairro do Pontal”, como foi batizado, com investimentos de mais de R$ 120 milhões. Toda a fiação do bairro está sendo feita de forma subterrânea, ruas largas para 240 vagas de carro e diversos espaços de lazer. Isso me lembrou quando avistei uma holandesa na Rua da Uruguaiana olhando assustada os emaranhados de fios que cortam as marquises do Centro da cidade. Onde ela mora, disse, não existem “fios expostos” em “postes como árvores” há mais de 30 anos.
Pode governar
Após uma pequena de pressão de alguns parlamentares, liderada pelo governador em exercício Francisco Dornelles, Pezão comunicou que realmente seu substituto - durante o período de licença médica “ necessita de maior liberdade para exercer a tarefa de governar o Rio de Janeiro em um momento de grave crise no Brasil e no nosso estado”. O comunicado divulgado na manhã desta terça-feira foi encaminhado ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Jorge Picciani. A licença de Pezão, agora, termina cinco dias antes do início das Olimpíadas. Só essa data de retorno que incomodou um pouco a comitiva de Dornelles. Mas, para Pezão, deixar a presença de lado durante os jogos, nem pensar!
Faliu
É catastrófica a situação do estado. Estamos no teto do endividamento. A dívida do governo Pezão já soma R$ 108 bilhões, o dobro da receita da corrente líquida de R$ 51 bi. A preocupação, se é que existe espaço para mais uma, é que uma resolução no Senado determina que o limite máximo de uma dívida é exatamente o que está acontecendo sob pena de reprovação dos gastos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). No lugar de Pezão, eu esquecia os Jogos Olímpicos e ampliava ainda mais a licença.
Faliu II
Um juíz da 9ª Vara de Fazenda Pública, mandou reabrir nesta terça-feira(10) um trecho da ciclovia Tim Maia - entre a Praia do Leblon e a favela do Vidigal. Parte da estrutura desabou durante uma ressaca no litoral carioca vitimando duas pessoas. O magistrado atendeu a um pedido da Prefeitura, que diz ter realizado uma vistoria preventiva no local, junto com a Fundação Geo-Rio. Apesar da liberação, apenas um cachorro transitava pela ciclovia nesta tarde.
Que não se enganem os policiais...
A Secretaria Civil informou esta semana que ainda não sabe se irá ter recursos para pagar o Adicional de Serviço (RAS) para Policiais Militares e Civis durante o evento, algo em torno de R$ 42 milhões. O pagamento é previsto para compensação financeira para o trabalho de agentes de segurança em seus horários de folga, o que pode não acontecer em razão da crise. O problema é que todo planejamento de segurança dos Jogos foram feitos contando com esse reforço. “Até o momento, trabalhamos com a hipótese de que o governo do estado vá honrar esse compromisso", afirmou o subsecretário de Grandes Eventos da Secretaria estadual de Segurança (Seseg), Roberto Alzir. Sabe aquela frase: finge que me engana, e eu fingo que acredito...”
Paes pode ser alvo de improbidade
Um promotor de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania disse também, nesta terça-feira (10) que estuda abrir inquérito contra o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pelo desabamento da ciclovia. Segundo o promotor, caso fique comprovado que o prefeito determinou à Fundação Instituto de Geotécnica do Rio (Geo-Rio) que fizesse o projeto básico da ciclovia, ele poderá ser indiciado por improbidade administrativa.
No mais...
Paes ficou chateado com a notícia. Mas a verdade é que, a partir do momento em que ele mesmo assumiu durante uma coletiva de imprensa que a culpa era da prefeitura e que a mesma iria arcar com as responsabilidades e consequências, automaticamente, ele mesmo, se colocou diante desta possibilidade. Agora não adianta chorar o leite derramado, ou melhor, desabado...
Alessandro Lo-Bianco
A Voz do Rio
Pai da Valentina, Alessandro foi repórter da Band News, revistas da Editora Abril, Jornal O Dia, Portal IG e Último Segundo. Atualmente é repórter do Jornal O Globo e ventila aqui na serra, todas as segundas-feiras, um pouquinho da maresia carioca.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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