Colunas
Na hora H
Exploração civil
Nesta sexta-feira, 29 de julho, fiscais do Ministério Público do Trabalho estiveram na Vila Olímpica e constaram que os bombeiros hidráulicos e outros profissionais responsáveis pelo consertos dos apartamentos trabalham em jornadas excessivas, sem carteira de trabalho assinada e qualquer tipo de benefício. O Comitê da Rio 2016 deverá receber uma multa gorda nos próximos dias, além de Termos de Ajustamento de Conduta.
Exploração militar
Também houve constrangimento e, nos bastidores, bate-boca entre oficiais do alto escalão da Força Nacional que tentavam chegar numa conclusão depois que o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre Moraes, informou que os agentes - além de realizarem a segurança das instalações olímpicas – precisarão fazer todo o serviço de revista pessoal na entrada das arenas com aparelhos de raio x e detectores de metal. A empresa que iria realizar esse serviço teve o contrato rompido com a organização dos jogos. O motivo ainda é desconhecido.
Segurança zero
É só imagem. A bagunça é tremenda em realização a segurança dos jogos. Fora dos holofotes, um repórter do Rio resolveu testar, de fato, a segurança. Na segunda-feira ele entrou, sem credencial ou outra identificação no estádio olímpico de Engenho de Dentro, driblou a vigilância na entrada, circulou duas horas sem ser abordado dentro do Engenhão, e até fez selfie na central de geradores de energia que abastece todo o complexo olímpico. Depois circulou pela garagem e acessou um lounge onde alguns atletas descansavam. De sobra, fez uma foto na pista onde Usain Bolt irá correr.
Na hora H
Enquanto o “invasor” desfilava e sambava na cara da segurança pública dentro do complexo carioca, o Exército realizava - após anunciar para imprensa que acompanhava - uma simulação de ações de prevenção e combate contra o terrorismo em Brasília, no Mané Garrincha, e em São Paulo, no Itaquerão.
Abaporu
Parecia a aparição de um Disco Voador. Foi na última quinta-feira, 28 de julho, no Museu de Arte Moderna do Rio. Eram duas dezenas de pessoas na frente de uma caixa de madeira, lacrada, no salão. Ali é o local onde ocorrerá, a partir da próxima terça-feira, 2 de agosto, a exposição “A cor do Brasil”. Quando a caixa foi desparafusada e a embalagem retirada, estava lá a imagem do Abapuru, de Tarsila do Amaral. Por dois minutos, ninguém falou absolutamente nada, apenas observavam, imóveis. A sensação era como se um disco voador tivesse pousado no salão.
Faixa azul
A partir deste domingo, 31 de julho, começa a funcionar a faixa azul em algumas vias da cidade, como a Avenida Niemayer, de uso exclusivo para alguns transportes públicos e à “família olímpica”, como categorizou a prefeitura. A multa para o motorista que acessar a via indevidamente era de R$ 1.500 mas passou para R$ 127 depois de uma determinação judicial. O problema agora é a malandragem. De acordo com um funcionário do Detran, o órgão já espera “a cara de pau” de alguns motoristas que irão recorrer das multas alegando “coisas divertidas” acerca da denominação “família olímpica”.
Medo do Brasil
O lutador de jiu-jítsu Jason Lee, da Nova Zelândia, vítima de um sequestro relâmpago por policiais militares do Batalhão de Vias Expressas deixou o país depois que policiais da Corregedoria de Polícia estiveram em sua casa para interrogá-lo sobre o acontecimento. De acordo com o atleta, ele foi intimidado e deixou o Brasil por medo. O atleta fez muito bem.
No mais...
Não é um procedimento normal receber visitas em casa da Corregedoria de Polícia Militar. O órgão deve intimar a pessoa a prestar esclarecimentos na sede da própria corregedoria. Ir na casa de qualquer denunciante e entrar em seu imóvel para "entrevistá-lo"sem ser convidado e sem mandado é atípico e vai contra as normas e diretrizes do próprio órgão. O colunista tem seis processos na corregedoria de Polícia Militar por publicar e denunciar milícias até estupros cometidos por PMs em comunidades carentes. Nunca vieram em minha casa, mas as oito vezes em que compareci na corregedoria obrigado a "colaborar com as investigações" após publicar as matérias, sofri algum tipo direto ou indireto de intimidação. O lutador se mudou para o Canadá e eu espero vida longa, pelo menos, até os 70.
Alessandro Lo-Bianco
A Voz do Rio
Pai da Valentina, Alessandro foi repórter da Band News, revistas da Editora Abril, Jornal O Dia, Portal IG e Último Segundo. Atualmente é repórter do Jornal O Globo e ventila aqui na serra, todas as segundas-feiras, um pouquinho da maresia carioca.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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