A vocação do padre

Caros amigos, gostaria que meditássemos hoje sobre uma figura muito querida e presente em nossas comunidades: o padre. De fato, tenho grande afeto por eles, pois eu, como Bispo, não deixo de ser padre — pai e sacerdote — e sinto-me um pouco pároco também.

O sacerdote é um escolhido por Deus para ser a presença sacramental de Jesus pastor, mestre e sacerdote, no meio de seu Povo Santo. Recai sobre seus ombros a grande responsabilidade e felicidade de ser ministro Jesus Cristo, cabeça e pastor da Igreja.

Contudo, é importante recordar que o padre é, antes de tudo, um homem cheio de fé e do Espírito Santo, que um dia ouviu o chamado de Deus e deixou “suas coisas” para ocupar-se das coisas do seu Senhor. Ele é um “homem disponível para Deus”, pois, apesar de suas fraquezas e limitações, disse sim ao chamado divino.

É bonito pensar nele como um “companheiro de caminho” de todos, destinado a ajudar e ser ajudado por tantos que andam na mesma direção. Nosso Senhor Jesus Cristo cumpriu perfeitamente esta vertente vocacional quando “em tudo se fez semelhante a seus irmãos, para tornar-se um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas que concernem a Deus, a fim de expiar os pecados do povo” (Hb 2, 17). Ele ajudou a muitos e, com alegria, também aceitava a ajuda e a hospitalidade dos amigos.

O padre, ainda a exemplo de Cristo, “a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo” (Jo 10, 36), é um consagrado para uma importante missão. Não para “ser servido”, mas para “servir e dar sua vida” pelos seus irmãos (Cfr. Mc 10, 45). Para tanto, precisa ocupar o seu lugar de liderança e direção na comunidade, caminhar à frente de suas ovelhas, defendê-las dos inimigos e ser um exemplo para seus irmãos.

Em todas estas características, mostra-se a estreita relação do ministro sagrado com o Senhor Jesus, Bom Pastor. Pois, sem esta referência principal, não poderia haver verdadeiro e fecundo pastoreio (Cfr. Jo 10, 7-11; 15, 5).

Hoje, muitos jovens sentem em seu coração o desejo de assumir também esta sublime vocação na missão da Igreja. Certamente, eles não estão distantes de nós: estão em nossas casas, famílias, comunidades e nos lugares que frequentamos todos os dias; e precisam de nossa acolhida, encorajamento, ensinamentos e orações. Atualmente, temos 26 jovens trilhando este caminho vocacional em nosso Seminário Diocesano. Tenho certeza de que com nossa atenção e cuidado, muitos outros virão e se colocarão a serviço. Rezemos pelas vocações sacerdotais.