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“Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida; Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”
Queridos irmãos e irmãs, hoje Igreja do Brasil se reveste de alegria porque celebramos a solenidade da padroeira de nosso país, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Nos idos de outubro de 1717, três humildes pescadores tiraram de suas redes a pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição – primeiro o corpo, depois a cabeça – que permaneceu, sabe Deus por quantos anos, no leito do rio Paraíba do Sul; despindo as tonalidades de uma policromia de inspiração européia para assumir a cor morena de nosso Brasil, identificando-se precisamente com os filhos que mais sofriam a dolorosa chaga da escravidão, que tanto manchou a história de nossa pátria.
Ao longo destes quase três séculos, a pequenina representação da Mãe de Todas as Raças continua sinalizando a intercessão de Nossa Senhora por nosso povo. Mesmo quando em 1978 sofreu um atentado que quase destruiu a singela imagenzinha, só as mãos postas em oração permaneceram intactas, para nos dizer que nem as ofensas dos filhos mais ingratos impedem a sua maternal oração.
É de se fazer notar a atitude orante da Senhora Aparecida. Suas mãos postas se elevam para o céu, mas seu olhar é permanentemente fixo nos filhos que, em hordas de peregrinos, todos os dias, meses e anos passam diante do nicho onde está a padroeira do Brasil. Nós também, cheios de esperança, fé e confiança imploramos a intercessão da Mãe do Céu.
A encíclica Redemptoris Mater, do santo Padre João Paulo II, de feliz memória, explica belamente nossa devoção filial pela Mãe de Deus, diz: “Maria ... é com razão honrada pela Igreja com culto especial; (...) já desde os tempos mais antigos, a Santíssima Virgem é venerada com o título de ‘Mãe de Deus’ e sob a sua proteção se acolhem os fiéis, que a imploram em todos os perigos e necessidades. Este culto é absolutamente singular: contém em si e exprime aquele vínculo profundo que existe entre a Mãe de Cristo e a Igreja. Como virgem e mãe, Maria permanece um ‘modelo perene’ para a Igreja. Pode, portanto, dizer-se que sobretudo sob este aspecto, isto é, como modelo ou, melhor, como ‘figura’, Maria, presente no mistério de Cristo, permanece também constantemente presente no mistério da Igreja. Com efeito, também a Igreja é chamada “mãe e virgem”. (RM, 42)
Que Nossa Senhora Aparecida continue protegendo com suas mãos maternas este nosso povo brasileiro, que na confiança inabalável em seu Deus, continuará a escrever sua história que jamais prescindirá da presença amorosa da mãe de Jesus e nossa.

Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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