Virá o príncipe da paz

Caros amigos, a proximidade com o Natal recorda-nos a suprema manifestação do amor de Deus, como ensina o apóstolo São João: “Nisto se tornou visível o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu filho único a este mundo, para dar-nos a vida por meio dele. E o amor consiste no seguinte: não fomos os que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou, e nos enviou o seu filho como vítima expiatória por nossos pecados”. (IJo 4, 9-10)

Em Belém, Deus se fez visível para curar nossa humanidade das divisões causadas pelo pecado, pois como ensina São Tiago: “De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vem, precisamente, das paixões que estão em conflito dentro de vós?”. (Tg 4, 1)

É lamentável constatar que para muitos o Natal se transformou em uma fonte de dispersão e divisão interior. O consumismo marcou tanto esta data que fica difícil perceber os verdadeiros valores cristãos de gratuidade, generosidade e amor ao próximo.

Quando as relações humanas perdem o sabor do amor de Deus, o próprio homem tem dificuldade de reconhecer o seu verdadeiro valor, tratando a si mesmo e aos seus semelhantes com critérios superficiais de opinião pública e vantagens pessoais. 

Também as relações com Deus passam por transformações semelhantes. Os verdadeiros “mercados religiosos” de bênçãos e milagres, o culto à autoimagem e a procura de vantagens e entretenimento nas reuniões religiosas são um sinal dos maus tempos em que vivemos.

No entanto, esperamos a vinda do príncipe da paz, que não avalia as aparências, mas vê o coração. Que quer nos oferecer um Natal mais pleno de verdade e de amor. Para ele queremos oferecer nossos dons de fraternidade, generosidade e adoração sincera.

Estamos enfrentando momentos difíceis no campo social e isto é um sinal de que precisamos ter os olhos ainda mais abertos para os menos favorecidos de nossa sociedade. O advento é tempo de conversão! Muitas paróquias e associações católicas contam com os donativos natalinos para continuar com seu trabalho fraterno e social e não podemos permitir que a crise econômica abale nossa boa vontade de ajudar. É tempo de criatividade e generosidade, para que, driblando os maus momentos, possamos levar um pouco mais de alegria a muitos irmãos neste Natal.

É conhecida a cena da Sagrada Família que não encontrou lugar nas casas de Belém por ocasião do primeiro Natal. Jesus também quer ser acolhido este ano em nossos corações na pessoa de nossos irmãos e irmãs.