A videira e os ramos

segunda-feira, 04 de maio de 2015

Caros amigos, no centro da vida cristã está o acontecimento pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Como meditamos nos anteriores artigos, a fé cristã não seria possível sem a ressurreição, e, ao mesmo tempo, esta inaugura uma nova possibilidade de vida neste mundo, que traz consequências visíveis e sociais, e também invisíveis e espirituais. Pelo mistério da Páscoa, os cristãos estão unidos a Jesus e, por Ele, vivem unidos a Deus e aos irmãos.

Esta nova realidade fez com que São Leão Magno dissesse: “Reconhece, ó cristão, a tua dignidade. Uma vez constituído participante da natureza divina, não penses voltar às antigas misérias de tua vida passada. Lembra-te de que Cabeça e de que Corpo és membro. Não te esqueças de que foste libertado do poder das trevas e transferido para a luz e para o Reino de Deus” (In: Catecismo, 1691).

Nosso Senhor Jesus Cristo é a cabeça do corpo que é a Igreja, onde os batizados são enxertados. Na parábola da “videira e dos ramos” (Cfr. Jo 15), Ele explica de forma muito didática esta ligação: “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (...) Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 5.10-11).

Cumprir os mandamentos do Senhor é permanecer unido a Ele pelo conhecimento da fé, pelos sacramentos e pelo amor operante. Tal união confere um nível superior de vida a todos os cristãos.

De fato, não é o mesmo viver “unido à videira”, que é Cristo, e ignorar a vida espiritual. Muitos são os maus exemplos expressos hoje por pessoas que fazem fama e carreira vivendo à margem dos ensinamentos do Senhor, e muitos são os que, influenciados por isso, propagam um estilo de vida absolutamente estranho ao Evangelho. Muitos vivem afastados de Jesus Cristo, ainda que usem uma camiseta com temas religiosos ou tragam ao peito um crucifixo ou o rosário de Nossa Senhora; o fazem por moda ou comodismo.

Os verdadeiros distintivos de um fiel católico não são estes sinais exteriores apenas, mas a alma unida a Deus, que foge do pecado e ama seus semelhantes com o amor de Jesus. A vida dos “ressuscitados” precisa ser um sinal para nosso tempo, por este motivo a Igreja não cessa de exortar seus filhos à fidelidade ao Evangelho, fonte de alegria e paz para todos.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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