Uma resposta à altura do evangelho

Caros amigos, vivemos um tempo de dificuldades e desafios, mas que, por isso mesmo, é também um tempo privilegiado, pois Deus nos visita na provação dando-nos a graça para superá-la. Assim, estarmos atentos aos sinais dos tempos não equivale a entregarmo-nos ao desânimo ou ao cansaço, mas, junto ao diagnóstico das dificuldades, "gerarmos” em cada coração uma resposta de amor.

Precisamos "dar uma resposta” inspirada no Evangelho. Somente a Luz de Cristo pode iluminar as trevas do individualismo. É bom refletirmos sobre a missão desta Luz, que foi colocada "sobre o candeeiro” para iluminar a todos os que moram na casa: o mundo precisa tanto mais desta Luz, quanto mais submerso nas trevas está!

Se correspondermos à graça de Deus, nossas comunidades transformar-se-ão em sinais luminosos de amadurecimento missionário. Esta é, sem dúvidas, a resposta que o mundo de hoje precisa.

Em nossa Diocese, venho incentivando esta resposta missionária, mas sinto ainda a dificuldade em quebrar o gelo do indiferentismo e da "comodidade” que se instala facilmente nos corações, inclusive naqueles que amam a Deus. O Santo Padre alerta-nos na Exortação "Evangelii Gaudium” que "hoje nota-se nos agentes de pastorais, mesmo pessoas consagradas, uma preocupação exacerbada pelos espaços pessoais de autonomia e relaxamento, que leva a viver os próprios deveres como mero apêndice da vida, como se não fizessem parte da própria identidade” (n.78) e ainda "(nos agentes) desenvolve-se um relativismo ainda mais perigoso que o doutrinal. Tem a ver com as opções mais profundas e sinceras que determinam uma forma de vida concreta. Este relativismo prático é agir como se Deus não existisse, decidir como se os pobres não existissem, trabalhar como se aqueles que não receberam o anúncio não existissem” (n. 80). Entretanto, não podemos deixar que roubem nosso entusiasmo missionário!

Neste ponto, exorto particularmente aos ministros ordenados,sacerdotes e diáconos permanentes, e ministros extraordinários da comunhão eucarística de nossa Diocese para que estejam disponíveis para a missão. Que percebam a Celebração Eucarística como exigência que os impulsiona ao anúncio da Boa Nova e a visitarem os doentes, as famílias, as comunidades rurais e os condomínios urbanos para levar o tesouro da Eucaristia a todos os que estão impossibilitados de acorrer às igrejas. Que bom seria se todos nós, ministros e agentes de pastoral, daqui para frente fôssemos conhecidos justamente por esta obra de caridade!