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Um permanente amanhecer
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Caros amigos, nosso olhar se dirige para a juventude com confiança e otimismo. A Sagrada Escritura também é confiante e otimista, quando diz aos jovens: "Sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno” (1Jo 2, 14). Deste mesmo modo a Igreja fala à juventude.
Certa vez ouvi que "os jovens são o amanhã da Igreja”, mas não posso concordar com isso. Na verdade, "os jovens são o hoje da Igreja”, eles são o seu "permanente amanhecer”.
Assim como a alvorada é o tempo da esperança, onde o dia desperta orvalhado de promessas; assim também os jovens são o amanhecer da Igreja: cheio de força, de sonhos, de projetos, de esperanças, de amor e de vida!
Em suas famílias ou nas ruas, nas repúblicas estudantis ou nos locais de trabalho, ricos ou pobres, nos templos e na missão: por onde passam, os jovens são uma luz nova e uma promessa de tempos melhores.
Quem seria capaz de conter o amanhecer? É impossível. Do mesmo modo, quem seguraria os jovens de Deus? Lembro-me dos santos jovens: Sebastião, Inês, Francisco e Clara, Bernardo de Claraval, Teresinha de Jesus e tantos outros. O mundo não conseguiu contê-los.
É preciso respeitar a força vital da juventude, entender seu modo de agir para depois educá-la; é preciso canalizar suas forças para produzir energia de vida. Ela tem um ritmo e um tempo, possibilidades e limites. Ela também é capaz de compreender sua missão: a vontade de Deus para sua vida.
O jovem sabe, por exemplo, que precisa de limites, mas é preciso explicar o porquê das normas. Quando lhes privam de todas as saídas possíveis eles certamente perderão a paz, e também o respeito pela autoridade autoritária. Mas quando orientados, quando se encontram com Jesus Cristo e se apaixonam pelo projeto do Reino de Deus, tornam-se fértil terreno de santidade.
Os novos santos serão, sem dúvida, santos de calças jeans e tênis, que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos. Estudantes, universitários e jovens trabalhadores que rezam todos os dias e que sabem namorar na pureza e castidade, ou que consagram sua castidade a Deus. Que vão ao Shopping e tomam sorvete, comem hambúrguer e pizza no fim de semana. Que navegam na internet e fazem esporte. Enfim, santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres e companheiros. Assim como a italiana Chiara Luce ou o brasileiro Guido Schaffer.
A Igreja precisa dos santos de ontem e de hoje, sem anacronismos. Eles existem! Estão no meio de nós! Eles são e serão sempre o "permanente amanhecer da Igreja”.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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