Sob o olhar de Deus

segunda-feira, 07 de novembro de 2016

Caros amigos, em novembro termina o ano litúrgico e começa a preparação para o Natal do Senhor. Por isso, a Igreja oferece a todos os cristãos um tempo de reflexão importante sobre as realidades últimas de nossa existência: a morte, o julgamento e a eternidade: céu ou inferno. De fato, estas realidades devem marcar também todas as nossas decisões.

Assim ensina o catecismo: “Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. A morte foi, portanto, consequência do pecado” (nº 1008). Entretanto, continua o texto: “Jesus, filho de Deus, sofreu também ele a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade do pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção” (nº 1009).

A morte é bênção porque houve uma verdadeira transformação da natureza humana quando o “Verbo de Deus se fez e veio habitar entre nós” (Cfr. Jo 1, 14). Quando o eterno veio morar no tempo, assumindo em tudo nossa condição, menos o pecado (Cfr. Hb 4, 15), Ele nos abriu a porta da vida através da fé, pois “deu o poder de se tornarem filhos de Deus a todos aqueles que o receberam, isto é, àqueles que acreditaram no seu nome” (Jo 1, 12).

Assim, a morte não é um momento de abandono ou maldição. Deus nunca abandona o homem! Mas, sob o seu olhar e presença, a finitude deste mundo torna-se a porta para a vida definitiva.

Nosso Senhor Jesus Cristo revelou-se como “a porta das ovelhas” (Jo 10, 7), e também disse “eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11, 25). Por isso, o cristão enche-se de esperança apoiado na misericórdia de Deus, que não tem limites. Ensina São Paulo que: “Deus, que não poupou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós, como é que, com ele, não nos daria tudo?” (Rm 8, 32).

É frutuoso pensar nas realidades últimas de nossa existência, sem medo ou desconfiança, como um remédio para nosso egoísmo e para todos os outros pecados. Sem dúvida, o pecado é uma carga pesada que marca nossa existência, mas esta dor pode, e deve, cessar neste mundo.

Nossas decisões livres são capazes de fazer o bem ou o mal para nós e para os outros. Esta é uma seriedade que não podemos ignorar! Mas, ao contemplarmos nosso fim, surge também a esperança necessária para abandonarmos o mal e escolhermos o bem. Confiemos em Deus! Certamente todos podemos viver uma vida nova, se nos apoiamos na misericórdia de Deus e nos decidimos a amar o próximo como Jesus nos ensinou.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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