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Salmo 50: Tende piedade, ó meu Deus!
Caros amigos, a família de Deus deve ser misericordiosa. O Pai que perdoa e abraça o filho transgressor é uma das imagens mais significativas para este ano santo. Assim explicou o Papa Francisco: “Quando temos alguma coisa no coração e queremos pedir perdão ao Senhor, é ele que nos espera para nos dar o perdão. (...) Ele te espera assim como tu és (...). Posso dizer assim: ‘Sabes, Senhor, que eu gostaria de te amar, mas sou muito pecador, muito pecador’. E ele fará o mesmo que fez com o filho pródigo, que gastou todo o dinheiro em vícios: nem te deixará acabar a frase, e com um abraço te calará. O abraço do amor de Deus”. (08/01/2016)
O salmo 50 é o salmo penitencial por excelência. Seu título recorda o pecado do rei Davi (v.1) e seu conteúdo é o desafogo de um coração angustiado pela culpa e pelas consequências do pecado. Ele nos recorda a triste situação do homem pecador, a compulsão de seu arrependimento e a sua confiança inabalável em Deus misericordioso: “Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor purificai-me!” (v.3)
Quantas vezes nós também, sob a luz de Deus, nos confrontamos com a verdade sobre nós mesmos? Somos capazes de portar um coração mesquinho, incapaz de acolher a Deus ou ao irmão, violento nos julgamentos, impaciente com o próximo, cego, distraído e relaxado em relação à Boa Nova do Evangelho. Deus conhece esta nossa miséria e nos pede somente a sinceridade e a coragem de confessarmos nossos pecados: “Mas vós amais os corações que são sinceros” (v. 8) “Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!” (v. 19).
Viver o ano da misericórdia é também perdoar-se. Alguns cristãos vivem prestando mais atenção ao que passou do que ao caminho à sua frente. A consideração sobre o passado é boa, desde que seja impregnada pela misericórdia. E, ainda assim, ele não pode ter a última palavra em nossos projetos para o futuro. O futuro deve ser regido pela esperança, não pela culpa.
Quem confessa o seu pecado e recebe o perdão de Deus torna-se capaz de encarar a vida com esperança e desejo de crescimento. Recordo, ao final desta reflexão, a experiência de São Paulo: “sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio” (Rm 8, 28) e “uma coisa faço: deixando o que fica para trás, lanço-me para o que está a frente. Lanço-me em direção à meta, para conquistar o prêmio”. (Fl 3, 13-14)
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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