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Salmo 40: Feliz de quem pensa no pobre e no fraco
Caros amigos, “a misericórdia é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida” (MV, 2). Com estas palavras o santo padre, o Papa Francisco, procurou explicar um dos aspectos do amplo tema da misericórdia. De fato, a caridade com os mais necessitados é sinal do agir divino e regra vital para todos os cristãos.
Neste ano santo da misericórdia que estamos celebrando, a Igreja quer ser uma comunidade marcada pelo serviço aos mais fracos e necessitados. Um tema, tão presente no evangelho, precisa ser também onipresente em nosso testemunho de conversão diante de Deus e do mundo. Disse Nosso Senhor: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.” (Mt 25, 40).
O Salmo da Misericórdia que meditaremos nesta ocasião (salmo 40) trata deste aspecto da caridade fraterna. Assim diz: “Feliz de quem pensa no pobre e no fraco: o Senhor o liberta no dia do mal!”. (v. 2) Deus é o primeiro amparo do fraco, do doente, do abandonado e do desenganado. E, todas as vezes que o cristão vence as barreiras, interiores ou exteriores, para se aproximar do enfermo, indubitavelmente se aproxima da misericórdia do Deus Vivo.
Hoje em dia, multiplicam-se as espiritualidades descompromissadas, que muitas vezes silenciam o dever cristão para com o mais necessitado. Muitas prometem curas e prosperidade, mas poucas se sensibilizam com o sofrimento do outro.
Entretanto, viver a misericórdia é saber olhar para as feridas dos nossos irmãos e encher-se de compaixão, aproximar-se dos leitos da dor e levar o alívio da presença fraterna, das palavras, dos remédios e da oração. Esta atitude é exigida tanto de cada cristão em particular, como do inteiro corpo eclesial, pois “a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência”. (Deus Caritas est, 25)
Cabe também dizer que uma importante atualização da obra de misericórdia com os enfermos passa pelo conhecimento e participação dos cristãos no Conselho Municipal de Saúde. Este é um órgão à serviço da sociedade para o controle da destinação e execução de verbas públicas, estabelecimento de metas e seu cumprimento. Infelizmente, o desconhecimento popular deste recurso democrático tem importante parcela de responsabilidade no sofrimento de muitos enfermos que padecem com a má qualidade do serviço público.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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