Salmo 24: Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Caros amigos, desde o início da Igreja, assim como na vida do antigo povo de Israel, a récita dos salmos acompanha o homem que ama a Deus. Nestes poemas oracionais do Antigo Testamento, misturam-se a palavra inspirada com a palavra humana. Neles, Deus age como um pai que ensina seus filhos a rezar e se agrada de vê-los repetindo suas mesmas palavras. Jesus Cristo, o filho de Deus, também recitava cotidianamente os Salmos.

“Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma” (v. 1), assim começa o Salmo 24, insistindo na necessidade do homem de se dirigir a Deus, para obter a misericórdia. Nosso Senhor ensina também este caminho: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 28-30).

Depois do primeiro verso, são dignos de nota alguns outros versículos deste salmo: “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada” (v.4); “recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas” (v. 6); “voltai-vos para mim, tende piedade” (v. 16); “aliviai meu coração de tanta angústia e libertai-me das minhas aflições” (v. 17).    Estes últimos versículos fazem lembrar o convite do Senhor Jesus para nos aproximarmos de seu coração misericordioso e manso.

Sem dúvida, Deus quer que nos acheguemos a ele também por um caminho convidativo e prazeroso, que foi aberto em atenção aos fracos e desconfiados. Uma vez que, ante os apelos da misericórdia divina, mesmo o coração mais inconstante e amedrontado poderá deixar para trás o temor e armar-se de confiança para seguir o Senhor que é bom e se deixa encontrar, salvando àqueles que o procurarem com sinceridade.

Da mesma forma, precisamos ser um caminho fácil e acessível aos nossos irmãos. Todo fechamento e isolamento escondem, no íntimo, o medo do encontro. Entretanto, é no encontro que experimentamos a realidade das dores, próprias e alheias; e a possibilidade de desfazer os mais complicados mal-entendidos que fazem tantos filhos de Deus viverem angustiados e aflitos. Deus nos convida à intimidade de seu coração e nós, por outra parte, não podemos negar este caminho de misericórdia aos nossos irmãos e nem a nós mesmos.

“O Senhor se torna íntimo aos que o temem e lhes dá a conhecer sua aliança” (v. 14). Com certeza, este é um caminho concreto de misericórdia.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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