Salmo 118, 81-88: Meditação sobre a palavra de Deus na lei

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Caros amigos, o Salmo que meditaremos hoje é o mais longo do Saltério e trata-se de um elogio à Lei Divina. A Palavra do Senhor muda a vida do fiel e o faz andar na presença do Todo Poderoso. Primeiramente, há de se destacar o respeito e a reverência ante os ditames de Deus. O Salmo não se refere ao livro, mas ao testemunho expresso na Tradição. Diz o salmista: “Desfaleço pela vossa salvação, vossa Palavra é minha única esperança” (v. 81).

Podemos dizer que a contínua referência dos versículos aos Mandamentos Divinos dá uma sonoridade ao Salmo: como uma respiração ou como as batidas do coração, de modo que os preceitos do Senhor são incorporados à vida do orante.

Prosseguindo nossa meditação, percebemos que, além do elogio à Lei de Deus, o Salmo também retrata a perseguição do justo pelos incrédulos, que não têm em si o amor de Deus: “Os soberbos já cavaram minha cova; eles não agem respeitando a vossa lei” (v. 85).

Entretanto, quanto mais enfurecida é a hostilidade dos perseguidores, tanto mais o orante professa a própria fé e a ilimitada confiança em Deus e na Sua Palavra: “eles quase me arrancaram desta terra, mesmo assim eu não deixei vossos preceitos” (v. 86). Certamente, não foi a primeira vez que um justo foi perseguido. Este Salmo refere-se a uma constante universal, que se repetirá até a consumação dos tempos. Nosso Senhor Jesus Cristo é o exemplo mais contundente do justo perseguido. Ele, por Sua Morte de Cruz, tornou-se o modelo supremo do sofrimento injusto oferecido a Deus.

São Paulo atualizou em sua própria vida este mesmo drama: “Que perseguições suportei! Mas de todas elas o Senhor me livrou. Aliás, todos os que queiram viver piedosamente no Cristo Jesus serão perseguidos. Quanto aos maus e os impostores, progredirão cada vez mais no mal, enganando e sendo enganados”. (2Tm 3, 11-13).

Os momentos de perseguição servem ao homem de Deus fortalecendo a sua fé e evidenciando o auxílio da Misericórdia Divina. Ela é a mais fiel companheira de jornada do perseguido e do injustiçado. Quando todos os auxílios falham, não falha a Bondade de Deus que é Pai. “Segundo o vosso amor, vivificai-me, e guardarei vossa aliança, ó Senhor!” (v. 88).

Descobrir esta Misericórdia nos momentos mais difíceis, torna o sofrimento mais doce, desaparecem os lugares para a vingança e a amargura, e abrem-se os espaços no coração para o louvor, a ação de graças e o serviço. A Palavra de Deus nos recorda a Misericórdia do Senhor em meio às perseguições.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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