Colunas
A Sagrada Escritura e a vida cristã
Caros amigos, a palavra de Deus está na base da vida cristã, ela é alimento da alma e fonte perene de vida espiritual (cf. Dei Verbum, 21). São Paulo na segunda carta a Timóteo destaca o valor das Sagradas Escrituras para o sustento da fé: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça” (2Tm 3,16).
A Igreja como mãe e mestra, cumprindo o dever de pregar o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16,15), cuida para que o povo de Deus seja educado e formado para se aproximar da palavra contida nos textos sagrados de modo pessoal e comunitário. O Concílio Vaticano II na Constituição Dogmática Dei Verbum, exorta a todos os fiéis cristãos a se aproximarem “de boa mente do texto sagrado, quer através da sagrada liturgia, rica de palavras divinas, quer pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja” (n. 25).
Sem dúvida alguma, a liturgia é o lugar privilegiado para a proclamação, escuta e celebração da palavra de Deus. Das sagradas escrituras são tiradas as leituras que são explicadas na homilia e os salmos que são entoados como resposta de um diálogo íntimo com Deus. Também nelas se busca inspiração para as preces, orações e hinos litúrgicos. Nos textos sagrados as ações e sinais que compõem a sagrada liturgia ganham significado. (cf. Sacrossantum concilium, 24). A celebração litúrgica é, portanto, uma contínua, plena e eficaz proclamação da palavra de Deus.
Mas para que este encontro com a palavra de Deus na liturgia seja profícuo, se faz necessário uma constante preparação e aprofundamento nos corações dos fiéis. É neste sentido que o magistério solicita um particular esforço pastoral para que as atividades habituais das comunidades cristãs promovam um verdadeiro encontro pessoal e comunitário com Cristo que se comunica ao homem por meio de sua palavra (cf. Verbum Domini, 72-73).
Toda a vida cristã deve ser impregnada da mensagem bíblica, mediante o contato frequente com os textos sagrados. A catequese e os círculos bíblicos desempenham papeis fundamentais na animação bíblica da pastoral da Igreja. É responsabilidade da catequese comunicar, com vitalidade a história da salvação e os conteúdos da fé. Por este motivo, sua atividade deve sempre abeirar-se das escrituras na fé e na tradição da Igreja, fazendo que cada fiel sinta a vitalidade que delas emana e se reconheça partícipe da história da salvação (cf. idem 74).
Outra atividade pastoral que propicia uma maior familiaridade com a palavra de Deus contida nas sagradas escrituras são os círculos bíblicos. Neles os fiéis são chamados a fazer a experiência de ler, na situação atual de sua vida, a presença do Senhor, que quer nos conduzir. Quanta riqueza evangelizadora acontece nos círculos bíblicos. A exemplo da primeira comunidade cristã, os fiéis reunidos como família cultivam a oração e a meditação de textos bíblicos (cf. At 2,42).
O que não se deve esquecer é que a palavra de Deus é, sobretudo, vivida na eclesialidade. Por isso, toda ação pastoral bíblica-catequética será tanto mais rica e eficaz, quanto mais estiver em comunhão com o magistério da Igreja. Quando a comunidade se reúne em torno dos textos sagrados, como Igreja escuta o Deus que lhe fala, acolhe bem a todos os que chegam, procura e visita os mais afastados, abre-se à boa nova e nela persevera.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário